Chega quer vencer e não antecipa cenários de governabilidade

O Chega traçou como objetivo vencer as legislativas de domingo, considerando ser a única solução que permite estabilidade, e André Ventura recusou antecipar outros cenários de governabilidade, nunca campanha em que teve de abrandar depois de se sentir mal.

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© MIGUEL RIOPA/AFP via Getty Images

Lusa
15/05/2025 10:42 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

Legislativas

O período oficial da campanha para as eleições legislativas ficou marcado por protestos da comunidade cigana, que apareceram em vários dias em ações do Chega em diversos pontos do país.

 

Estas pessoas, que diziam estar ali de forma espontânea, acusavam o Chega e André Ventura de racismo e fascismo e deixavam apelos para que o líder do partido não incitasse ao ódio contra esta comunidade. O momento mais tenso aconteceu em Braga, quando cuspiram na direção de André Ventura que foi afirmando não ter medo.

As iniciativas do Chega foram sendo acompanhadas por vários elementos da PSP, tanto fardados como à paisana.

No que toca ao objetivo eleitoral, o líder do Chega repetiu várias vezes que quer vencer estas eleições legislativas, apesar de nenhuma sondagem apontar esse resultado, e recusou antecipar o que fará em qualquer outro cenário no que toca à governabilidade.

Na terça-feira de manhã, André Ventura admitiu que uma vitória da AD -- Coligação PSD/CDS-PP é uma possibilidade em cima da mesa, mas à tarde disse que recusa trabalhar em qualquer outro cenário porque quer "ganhar, ganhar, ganhar".

O líder do Chega considerou que AD e PS não trarão estabilidade ao país e que isso só se conseguirá com uma vitória do seu partido.

Nesta campanha, Ventura foi lançando várias críticas em setores como a saúde ou justiça, mas foram poucas as propostas apresentadas, tendo prometido acabar com as portagens em todo o país ou apresentar um pacote de medidas anticorrupção.

Na segunda semana, a campanha do Chega intensificou-se, com ações anunciadas aos jornalistas na véspera ou no dia de acontecerem.

No entanto, André Ventura viu-se obrigado a parar, depois de se ter sentido mal na terça-feira à noite, uma "indisposição" relacionada com uma "alteração da tensão arterial".

Depois de ter passado a noite no Hospital de Faro, em observação, o líder do Chega viu-se obrigado a parar um dia e faltou à arruada em Vila Nova de Milfontes (distrito de Beja), que foi liderada pelo líder parlamentar, e cabeça de lista por Faro, Pedro Pinto.

Ventura deve juntar-se hoje à campanha, depois de ter ficado em repouso na quarta-feira.

Nesta campanha, a caravana do Chega percorreu mais de três mil quilómetros, tendo dedicado a primeira semana ao norte do país, rumando depois a sul.

Depois de na última campanha para eleições legislativas ter apostado maioritariamente em almoços e jantares comício, desta vez o Chega quis priorizar a proximidade com as pessoas, privilegiando as arruadas.

André Ventura continua a ser a figura central do partido, sendo muitas abordado por apoiantes para tirar fotografias. A comitiva foi acompanhada por um camião com um dos outdoors do partido, com a imagem de Ventura em grandes dimensões.

Nesta campanha, a volta nacional do Chega contou com vários dirigentes e deputados e também com elementos da juventude, como a líder, Rita Matias.

Num partido com muita presença nas redes sociais, várias figuras aproveitavam as iniciativas para gravar vídeos de apoio a André Ventura, que se apresentou como "candidato a primeiro-ministro".

O partido de extrema-direita vai dedicar os últimos dias aos distritos de Setúbal e Lisboa, encerrando a campanha em Lisboa, com a habitual descida do Chiado.

Nas últimas eleições legislativas, em 10 de março do ano passado, o Chega foi a terceira força política mais votada, com 18,07% dos votos e viu a sua bancada parlamentar aumentar de 12 para 50 deputados. Bragança foi o único círculo pelo qual o partido não conseguiu eleger.

Em 2024, o Chega venceu nos círculos de Faro e da Europa. Foi precisamente no Algarve que o partido conseguiu a maior mobilização de apoiantes, nomeadamente na arruada em Portimão e no jantar-comício em Tavira.

Leia Também: Da "mudança segura" à estabilidade, Pedro Nuno cola AD à austeridade

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