PCTP/MRPP contra "economia de guerra" quer travar investimento na Defesa

A secretária-geral do PCTP/MRPP, Cidália Guerreiro, propõe travar o aumento de investimento na Defesa, tema que alega estar arredado da campanha, e exige esclarecimentos sobre quanto vai ser gasto num eventual plano de rearmamento. 

Notícia

© Lusa

Lusa
14/05/2025 06:09 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

Legislativas

Em entrevista à Lusa no âmbito da campanha às legislativas de 18 de maio, a secretária-geral do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCPT/MRPP), insurgiu-se contra o que classificou como "a economia de guerra", condenando os anunciados aumentos de investimento na Defesa, quer a nivel nacional quer a nível europeu.

 

"Sabemos que a Europa já tem um plano, um plano de rearmamento e que vai implicar despesas enormes, portanto, no bolo total serão 800 mil milhões de euros. Quanto é que calha a Portugal?", questionou, acrescentando que é necessário "saber de onde é que vem o dinheiro". 

Para Cidália Guerreiro, Portugal "neste momento é, efetivamente, um vassalo" de Bruxelas e de Washington.

"Bruxelas já tomou as decisões que temos que fazer e nós só temos que aplicar. Dizer que vamos relançar a economia através da indústria militar é uma provocação, não pode ser de outra maneira, porque a indústria militar é para matar, isso não vai trazer benefícios para o povo e nós temos a obrigação, e por isso estamos nestas eleições, para alertar para esses problemas", disse. 

Para investir na Defesa, para o PCTP/MRPP "só há duas maneiras: ou é através de impostos, diretos, indiretos, taxas, taxinhas e tudo mais que se puder inventar, ou é em cortes a nível dos serviços sociais". Para o partido, nenhuma destas formas é aceitável.

O PCTP/MRPP, a título de exemplo, sublinhou que este ano a Alemanha "fez alterações à sua própria Constituição para poder desenvolver as tais indústrias militares" e para "se tornar uma grande potência dentro da Europa, o que não acontecia desde 1945".

Ainda sobre conflitos armados, a secretária-geral criticou o que considera ser uma ausência de posição por parte do Governo em relação à guerra em Gaza e relembra que já vários países tomaram posições em relação "ao genocídio" e recusam ser "coniventes" com o que está a acontecer. 

 "A última coisa que na Assembleia da República se disse, é que não era oportuno. Não é oportuno este país tomar uma posição? Os portugueses têm uma posição, os portugueses não querem, são contra este genocídio", declarou a secretária-geral do PCTP-MRPP.

Na área da Saúde, Cidália Guerreiro defendeu que a "transição do público para o privado tem estado a matar, de forma dolorosa, o Serviço Nacional de Saúde" que não beneficiou, alertou, dos anunciados investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência: "Neste momento, nascer e morrer é dramático, sobretudo nascer", acusou.

"Vemos que uma grávida, por exemplo, nunca sabe onde é que vai ter o filho e nem sabe se ele vai nascer", disse, acrescentando que se costuma dizer que "o nascimento é um milagre e, de facto, aqui começa a ser um milagre".

A nível partidário, Cidália Guerreiro disse que o partido, criado em 18 de setembro de 1970, está a trabalhar num "reforço interno", admitindo dificuldades financeiras, e deixou críticas ao sistema de coimas aplicado pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos.

Nas legislativas de 2024 o partido concorreu e obteve 0,25% da votação, correspondendo a 15.491 votos. 

Leia Também: Tribunal de Braga rejeita lista do PCTP/MRPP com apenas dois nomes

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas