"Eu fiquei muito surpreendido porque não é nada o estilo de Cotrim este estilo galifão", considerou Francisco Louçã, numa arruada do BE na Rua de Santa Catarina, no Porto, na campanha para as eleições europeias.
Em causa está a troca de acusações entre o bloquista e o cabeça de lista da IL, João Cotrim de Figueiredo, que acusou hoje Francisco Louçã de ser "especialista em política suja", depois de o antigo coordenador ter criticado a escolha do livro que "ofereceu" a Catarina Martins.
O livro "Capitalismo e Liberdade" é da autoria do economista Milton Friedman, que Louçã acusou de ser apoiante da ditadura do chileno Pinochet.
"Ele [Cotrim de Figueiredo] reconheceu, no entanto, e quis-se demarcar, do apoio do herói do liberalismo a uma ditadura", salientou Louçã.
Na ótica do bloquista, Cotrim de Figueiredo devia pressionar a sua família política no governo alemão a parar o envio de armas para Israel, no âmbito do conflito israelo-palestiniano.
"Podia dar um contributo porque recebeu ontem o apoio de um ministro de um Governo onde estão os liberais, os verdes e os socialistas, e que é um dos maiores fornecedores de armas a um criminoso de guerra. E, por isso, ele podia ajudar, podia ter uma palavra, em vez desta zanga podia ter uma palavra serena para construir o fim daquela guerra, ou seja, para a liberdade", defendeu.
Um dia depois de a candidatura da IL ter recebido o apoio do ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, Louçã insistiu no apelo.
"Cotrim devia perceber o sentido dessa urgência pela liberdade em vez de tentar fazer este tiroteio, que do meu lado não tem troco", acrescentou.
Na terça-feira à noite, a cabeça de lista do BE às europeias, Catarina Martins, desafiou PS, IL e Livre a aprovar uma sanção política ao Governo alemão, que prometeu apresentar no Parlamento Europeu caso seja eleita.
Numa ação de campanha durante a tarde, Catarina Martins já tinha acusado Cotrim de críticas "vazias e deselegantes", escusando-se a mais comentários.
"Teremos muito tempo para comentar Cotrim de Figueiredo, talvez não seja a expressão exatamente mais elegante, mas neste momento interessa-me falar sobretudo porque é que as pessoas devem votar nas eleições europeias", respondeu Catarina Martins.
Perante a insistência dos jornalistas sobre as críticas a Louçã e ao BE, Catarina Martins acrescentou: "Eu acho que é sobretudo bastante vazia e bastante deselegante".
[Notícia atualizada às 20h55]
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