"Recuso esta dicotomia, esta aparente oposição entre crescimento económico e alterações climáticas", afirmou João Cotrim de Figueiredo durante um comício em Aveiro.
O primeiro nome da lista da IL às europeias frisou que as pessoas precisam de crescimento económico e o planeta precisa de combate às alterações climáticas e as duas coisas são possíveis.
Se se aceitar a formulação de que só se pode combater as alterações climáticas prescindindo do crescimento económico está a colocar-se as pessoas perante uma "escolha impossível", sustentou.
"Estamos a colocar as pessoas perante uma escolha impossível e, quando isso acontece, elas refugiam-se nos extremos onde acham que há soluções simplistas, quando a dificuldade é saber encontrar o equilíbrio entre alterações climáticas e crescimento económico", frisou.
Dizendo que com a IL os empresários não serão um "parente pobre", o candidato a eurodeputado acusou a esquerda, nomeadamente o BE e PCP, de não entenderem que qualquer boa ideia que queira disseminar-se e crescer rapidamente precisa de financiamento.
"Não pensem que será possível fazer a transição energética sem a participação dos financiadores que devem estar, como eu disse, organizados na Europa num grande mercado de capitais que hoje não existe".
E esse financiamento não deve ser sempre o Estado a fazê-lo, considerou, acrescentando que "há muita gente capaz de o fazer".
Cotrim de Figueiredo afirmou que no que diz respeito à transição energética a Europa tem tido excelentes ideias, mas que não têm sido capazes de se tornarem negócios "nem sequer médios, quanto mais grandes" por dificuldades no financiamento.
"Não tenho dúvida nenhuma de que, se fosse mais fácil financiar projetos na Europa, não teríamos tantas empresas de ideia e de origem europeia a fazer furor e sucesso noutros continentes", atirou.
E, acrescentou, daqui a poucos anos esses continentes "vão estar a ser chamariz para os jovens portugueses mais qualificados".
Por isso, Cotrim de Figueiredo sublinhou que é necessário recolocar a Europa na cena do crescimento e voltar a fazer da Europa um enorme mercado único não só na energia, transportes e telecomunicações, mas nas oportunidades para todos.
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