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Catarina Martins aconselha adultos a ouvir crianças sobre inclusão

De visita a uma escola que acolhe crianças de cerca de vinte nacionalidades, em Setúbal, a bloquista Catarina Martins aconselhou hoje os adultos a aprender com as crianças a importância de uma Europa diversa, "contra discursos de divisão".

Catarina Martins aconselha adultos a ouvir crianças sobre inclusão
Notícias ao Minuto

14:11 - 29/05/24 por Lusa

Política Europeias

Numa sala decorada com cravos vermelhos de papel, espalhados pelo teto, a cabeça de lista do BE às eleições europeias, Catarina Martins, e o 'número dois', José Gusmão, foram recebidos esta manhã na Escola Básica do Monte da Caparica, concelho de Almada, ao som do hino da União Europeia, o "Hino à Alegria", do compositor Beethoven.

A banda, composta por alunos, encarregados de educação, professores de várias disciplinas, assistentes operacionais e até ex-alunos, é um dos vários projetos de inclusão dinamizados por esta escola, localizada junto ao Bairro Amarelo.

Neste agrupamento convivem alunos de cerca de duas dezenas de nacionalidades, oriundas de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) até crianças paquistanesas, marroquinas, ucranianas ou russas, detalhou a diretora do agrupamento de escolas do Monte de Caparica, Sandra Vicente.

Ao mesmo tempo que aprendem, são também as crianças que ensinam, ajudando-se umas às outras na aprendizagem do português ou de outras línguas.

No terceiro dia de campanha oficial para as europeias de 09 de junho, Catarina Martins aproveitou a ocasião para deixar um conselho aos adultos de outros partidos que associam a imigração a instabilidade no país: "Acho que era bom que aprendessem com as crianças".

"Estas eleições europeias são isto: sobre se nós queremos dar força à integração, aos projetos de comunidade, ao investimento na educação, na cultura, no que nos faz melhor, ou se aceitamos discursos de divisão", defendeu.

Catarina Martins alertou que "há quem queira tornar a imigração um tema fraturante" e "faça tudo para tentar dividir as pessoas e fazer com que cresça o medo, a insegurança, o ódio, quase sempre usando argumentos falsos".

A candidata bloquista salientou que é importante "separar o combate às máfias de seres humanos e trabalho forçado daquilo que é a nossa obrigação de integração".

Lembrando que a União Europeia já recebeu oito milhões de refugiados ucranianos, algo de que se "deve orgulhar", Catarina Martins advogou por uma Europa na qual existem "canais seguros" e "documentação apropriada".

"Uma coisa diferente, e que a Europa também está a fazer - e essa combatemos - é por exemplo pagar a outros países não europeus para serem outros a controlar as nossa fronteiras e vermos escândalos, que de certeza que nos ofendem a todos, quando percebemos que há dinheiro europeu a ser usado para se pegar em pessoas migrantes e deixá-las a morrer no deserto", lamentou.

Além da diversidade cultural, nesta escola a inclusão faz-se também no que toca a crianças com deficiência ou dificuldades educativas, na chamada "Sala Mágica", um local onde são estimulados os cinco sentidos, usada para alunos com ou sem autismo.

Todos são também chamados a participar no projeto "Sementes", que beneficiou de ajuda do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através da Câmara Municipal de Almada, no qual são os alunos a idealizar e construir várias estruturas, como bancos coloridos.

Clarisse, Jorge, Allef, Fabianne, Josue ou Tyra são alguns dos nomes dos alunos eternizados numa das estruturas, espelho da diversidade da escola, e onde a candidata bloquista também encontrou o seu.

Aproveitando a presença da candidata ao Parlamento Europeu, os alunos deixaram a Catarina Martins um caderno de encargos: uma internet mais rápida, o regresso das "guerras de água" ou até uma piscina. 

Promessas que Catarina Martins não pode fazer, distribuindo apenas alguns autógrafos a caneta, nos braços de quem pedia.

"Os vossos pais vão gostar disto tanto como eu gostaria nas minhas filhas", gracejou.

Leia Também: Livre quer pacto de migração e asilo com mais apoios à integração

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