O socialista Sérgio Sousa Pinto afirmou, na terça-feira, no dia em que Zelensky visitou Portugal, que o país, apesar de não ser uma potência militar, "faz o que pode" para ajudar a Ucrânia com os seus "recursos limitados".
"A presença de Zelensky em Portugal representa um reconhecimento e um esforço político, financeiro e militar que vai ser prestado por um país com recursos limitados, que faz o que pode", começou por salientar, em comentário na CNN Portugal.
Sousa Pinto sublinhou, de seguida, que é importante "explicar a Zelensky - e ele sabe - que nós estamos cientes que os combates que se estão a travar na Ucrânia são os combates em defesa de uma ordem internacional fundada no direito".
"Os fortes não têm o direito de fazer bullying sobre os fracos, de os invadir em parcelas de território, portanto nós estamos a lutar pela manutenção de um status quo ante [estado em que as coisas estavam antes] assente no direito internacional e em que o direito internacional ainda consegue mobilizar uma força suficiente para se defender", sublinhou.
O socialista reforçou ainda: "Nós estamos a defender também os nossos interesses porque o que nos defende é o direito internacional e a NATO".
Sousa Pinto denotou que, de facto, "o assunto diz respeito fundamentalmente aos ucranianos, que se estão a bater como uns bravos para defender o seu território, mas que [também] diz respeito à Europa Ocidental". "Os líderes ocidentais, quando ponderam enviar tropas para a Ucrânia ou autorizar a Ucrânia a utilizar de forma ofensiva em território russo o armamento que é disponibilizado pelo Ocidente, não o fazem porque são psicopatas, mas porque sabem perfeitamente que aquele campo de batalha é mau mas é melhor do que outro, mais a Oeste", denotou ainda.
Recorde-se que Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, aterrou no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, na terça-feira, pouco antes das 15h00, naquela que foi a sua primeira visita ao país.
O chefe de Estado ucraniano foi recebido com honras militares pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro Luís Montenegro. Depois de reunir com Montenegro e Marcelo, jantou em Belém.
Os dois países assinaram um acordo de cooperação de segurança no domínio bilateral. Um acordo com um prazo de dez anos, mas com a possibilidade, se necessário, de ser prorrogado. "Esta é uma ajuda de Portugal multifacetada, que, do ponto de vista quantitativo - embora esse não seja o aspeto mais importante - ascende já hoje a mais de 250 milhões de euros", estimou o líder do executivo português.
Para este ano, de acordo com Luís Montenegro, os compromissos de apoio militar ascendem a 126 milhões de euros, entre contribuições em espécie e financeira nos planos bilateral e multilateral, designadamente no âmbito da União Europeia, NATO e outras instâncias internacionais".
A visita de Volodymyr Zelensky mobilizou centenas de forças e serviços de segurança, como pode ver pelas imagens acima.
Pelas 21h00, e cerca de 6 horas depois, o avião que transportava o presidente da Ucrânia levantou voo terminando assim a primeira visita oficial de Zelensky a Portugal.
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