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Bugalho e Temido trocam acusações sobre políticas de imigração

Os candidatos da AD e do PS às eleições europeias trocaram acusações, na terça-feira, sobre as propostas políticas europeias para a imigração no debate na RTP com todos os partidos com representação parlamentar.

Bugalho e Temido trocam acusações sobre políticas de imigração
Notícias ao Minuto

08:30 - 29/05/24 por Lusa

Política Europeias

No debate, emitido pela RTP a partir do campus da Universidade Nova SBE, em Carcavelos, a cabeça de lista socialista, Marta Temido, acusou a Aliança Democrática de fazer parte do lote de partidos que quer alterar o pacto europeu em matéria de migrações e asilo por estar a pensar em "colocar os migrantes que chegam à Europa no Ruanda, como diz o Partido Popular Europeu" ou de construir muros. 

A esta associação de ideias, o cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, respondeu acusando Marta Temido de dizer "inverdades" sobre a sua candidatura ao insinuar que os sociais-democratas eram a favor da política de deportação de requerentes de asilo para o Ruanda, à semelhança do que tem acontecido no Reino Unido.

Para contrariar as acusações, Bugalho exibiu uma notícia do jornal Público em que o título indica que ambos os candidatos são contra esta política migratória. 

"A delegação portuguesa do PPE, o PSD e o CDS foram vocalmente contra essa política. Sabe quem é o autor dessa política, Marta Temido? É o Governo socialista da Dinamarca", contra-atacou Bugalho.

Ainda em matéria de migrações, o candidato do Chega, António Tânger Correia, insistiu na ideia de que o novo pacto para as migrações é "uma armadilha" e defendeu a ideia de pobreza dos imigrantes como um "rastilho que mais cedo ou mais tarde vai gerar violência".

A esta ideia, o cabeça de lista da CDU, João Oliveira, acusou Tânger Correia de defender "conceções antidemocráticas, xenófobas, racistas" para "virar o povo uns contra os outros" e deixar os migrantes à mercê de situações de clandestinidade, escravatura e miséria.

Da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo defendeu não haver "soluções perfeitas" para a questão das migrações na Europa e acusou os adversários de fazerem "sinalizações de virtude, afloramentos de xenofobia" e "picardias internas sobre este tema".

Catarina Martins, número um da lista do Bloco de Esquerda, defendeu que o maior problema do país é "reter quem cá está" e não a "falsa guerra" criada pela extrema-direita contra "quem vem trabalhar" e precisa de integração e "documentos para não ser explorado pelas máfias".

O Livre, através de Francisco Paupério, insistiu na rejeição do partido ao pacto para as migrações e na ideia de que ao fechar fronteiras não se acaba com a imigração, mas sim "com a imigração legal". É necessário, disse, "ter projetos de inclusão nos países que são seguidos por estas pessoas" e não separar famílias e crianças.

Pedro Fidalgo Marques, cabeça de lista do PAN, criticou o que disse ser um "discurso de medo e de desinformação da extrema-direita" nesta matéria e lembrou as "situações de morte e de pobreza" enfrentadas por muitos dos migrantes que tentam chegar à União Europeia.

Numa altura em que alguns países já reconheceram o Estado da Palestina, nomeadamente Espanha, Irlanda e Noruega, e questionado sobre se Portugal deveria seguir esses exemplos, o candidato da AD considerou que tal deveria ser feito o "mais depressa possível, mas dentro de um quadro o mais multilateral possível" e PS também entendeu que Portugal não deve fazer esse reconhecimento de forma isolada, posições criticadas pelo PCP, para quem esse argumento "já não serve". 

IL, Livre, BE e PAN mostraram-se favoráveis ao reconhecimento do Estado Palestiniano, ao contrário do Chega, que disse ser "completamente errado".

Leia Também: Das guerras às migrações (e ao "investimento"). O debate a oito para a UE

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