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BE acusa UE e Governo de cinismo sobre Gaza e pede "sobressalto cívico"

 A cabeça de lista do BE às eleições europeias acusou hoje a União Europeia e o Governo de cinismo na postura que assumem quanto ao conflito israelo-palestiniano e o líder parlamentar bloquista pediu à Europa um "sobressalto cívico".

BE acusa UE e Governo de cinismo sobre Gaza e pede "sobressalto cívico"
Notícias ao Minuto

22:42 - 27/05/24 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

No primeiro jantar-comício do BE na campanha oficial para as eleições europeias de 9 de junho, na Escola Secundária da Portela, freguesia de Moscavide, concelho de Loures, em Lisboa, Catarina Martins lembrou que o Tribunal Penal Internacional (TPI) já exigiu que Israel se retirasse de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, local onde um ataque israelita atingiu recentemente um campo de deslocados.

Catarina Martins reconheceu que o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Joseph Borrell, vem dizendo que Israel não pode insultar este tribunal internacional, mas lamentou que este seja "uma voz isolada" na União Europeia.

"A maior parte dos discursos têm sido os discursos do cinismo. Paulo Rangel, ministro dos negócios estrangeiros português, decidiu dizer que nenhum Governo fez tanto para reconhecer o Estado da Palestina. Esqueceu-se de um pormenor: reconhecer o Estado da Palestina. Isto é o cinismo e é contra o cinismo que nos levantamos", disse.

Na ótica da bloquista candidata a um lugar no Parlamento Europeu, é também cinismo a União Europeia "manter um acordo de associação com Israel quando comete crimes de guerra e está a fazer um genocídio em Gaza".

"Contra o cinismo nos levantamos, sanções contra Israel já. Cessar-fogo imediato, Palestina livre", clamou, num dos momentos mais aplaudidos do seu discurso.

Na sua intervenção, na qual lembrou que este ano se assinalam os 50 anos desde o 25 de abril de 1974, e a Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura, Catarina Martins defendeu que "não há democracia sem Estado Social" e considerou que estas são "as eleições mais importantes de sempre".

Antes, perante uma plateia que incluía a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, defendeu que a União Europeia precisa de um "sobressalto cívico, de uma primavera de paz e de liberdade".

O deputado considerou que muitos dos principais rostos da política da União, como Ursula von der Leyen, "dão mau nome à Europa" e "são o rosto de uma política moralmente falida".

Fabian Figueiredo alertou que "está um genocídio em curso" em Rafah e acusou o Governo português de "saber ao detalhe o que se passa e colaborar".

"Votar no BE é votar pela Palestina. É votar por uma Europa da paz, da justiça, dos direitos sociais. A Europa do socialismo em democracia", afirmou.

No início da sua intervenção, o deputado de Loures lembrou que neste concelho, em 2017, André Ventura (atualmente líder do Chega) foi candidato à Câmara Municipal pelo PSD, então liderado por Pedro Passos Coelho.

"Nunca nos esqueceremos de recordar que o doutor André Ventura, a sua política, o seu discurso de ódio nasceu no PSD aqui, porque o PSD, a direita portuguesa, achou que em Portugal se devia voltar a mobilizar o ódio para fins políticos", acusou.

Fabian Figueiredo afirmou que a esquerda servirá "sempre de barreira ao ódio de quem quer dividir para no final de contas fazer a vida mais fácil à elite financeira portuguesa".

"É por isso que foi possível o Chega nascer do PSD ou a Iniciativa Liberal compatibilizar o seu programa económico com o do Chega, porque no final de contas trata-se sempre de dividir quem vive dos rendimentos do seu trabalho levantando guerras morais, criando divisões sociais para facilitar a vida da elite", criticou.

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