"Não vale a pena assustarmo-nos com coisa nenhuma, todos esses processos de denúncias anónimas, toda esta conversa de aviões a desembarcar aí, ninguém nos mete medo", afirmou, para logo reforçar: "Nós somos de uma fibra que ninguém nos derruba."
Miguel Albuquerque falava num comício, no centro do Funchal, perante várias centenas de apoiantes da candidatura social-democrata, que agitavam bandeiras do partido e da região autónoma, muitos dos quais tinham antes participado numa arruada.
Referindo-se ao processo judicial no qual foi constituído arguido e que investiga suspeitas de corrupção, circunstância que motivou a sua demissão do cargo de presidente do executivo PSD/CDS-PP e a convocação de eleições antecipadas, Miguel Albuquerque sublinhou que não vale a pena ter medo.
"Nós, mantendo a tradição do nosso partido, vamos continuar esta luta com coragem, com determinação, com garra, sem medo de nada, ninguém nos assusta, ninguém nos intimida", insistiu.
"Não podemos entregar a Madeira a quem nos quer espezinhar, a quem nos quer colonizar, nós não podemos entregar o futuro da Madeira a incompetentes, a pessoas que só olham para o seu ego, que não têm capacidade, que não têm sequer nenhuma visão para aquilo que é preciso construir para as novas gerações da Madeira", acrescentou.
O candidato social-democrata, também líder do partido na região e agora presidente demissionário do executivo, em gestão desde fevereiro, disse, no entanto, que esta foi a campanha "mais difícil" que o PSD enfrentou e apelou à unidade e apoio dos militantes, mesmo dos que não votaram em si nas eleições internas em abril, quando disputou a liderança com Manuel António Correia.
"Hoje, neste comício final, apelo a todos os sociais-democratas, mesmo aqueles que não concordam comigo, mesmo aqueles que não estão comigo, não me interessa, quero todos juntos", disse.
Insistindo que o partido e a Madeira é mais importante do que ele próprio, Miguel Albuquerque pediu apoio e ajuda para manter a região no caminho da prosperidade.
"O partido e a Madeira é mais importante do que eu ou os meus companheiros. Queremos o vosso apoio, queremos a vossa ajuda, precisamos de todos vós para mantermos a Madeira em prosperidade", apelou.
Miguel Albuquerque recordou ainda que durante a campanha, que termina na sexta-feira, todos os partidos da oposição estiveram contra o PSD, que concorre sozinho, num total de 14 candidaturas, e alertou para "forças estranhas" que "tentam condicionar" a autonomia e a democracia.
"Na verdade, todos sabemos o que está em jogo no próximo domingo e o que está em jogo no próximo domingo é o desenvolvimento, a liberdade e a prosperidade da Madeira", disse, realçando que "isso só é possível com o PPD" e se o partido não constituir um governo estável "toda a gente vai pagar caro".
Dramatizando as eleições de domingo, o candidato social-democrata, que lidera o Governo Regional desde 2015, acrescentou que o está em jogo é "demasiado importante" e "ultrapassa o jogo dos partidos", porque se trata do presente e do futuro da região.
"O que está em jogo é a nossa vivência coletiva", avisou, sublinhando que "não é altura para brincadeiras" e que "não vale a pena ir atrás das burrices das redes sociais e votar em partidos de protesto".
Miguel Albuquerque defendeu ainda que só PSD é capaz de manter o rumo de desenvolvimento económico e mobilidade social e apontou indicadores de crescimento em vários setores, realçando que o PIB regional vai atingir 7.000 milhões este ano, o valor mais alto de sempre.
"Nós estamos aqui hoje para pedir aos madeirenses e porto-santenses, com toda a humildade, com toda a sinceridade, que votem e que apoiem o PSD", disse, considerando que "os partidos da oposição não servem a região", "não estão habilitados, não sabem, nem têm competência para governar a Madeira".
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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