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IL? "Objetivo é um eurodeputado. [Se houver] mau resultado deve-se a mim"

As palavras são de João Cotrim de Figueiredo, ex-presidente da Iniciativa Liberal (IL) e atual cabeça de lista às eleições europeias pelo partido.

IL? "Objetivo é um eurodeputado. [Se houver] mau resultado deve-se a mim"
Notícias ao Minuto

21:37 - 08/05/24 por Notícias ao Minuto

Política João Cotrim Figueiredo

João Cotrim de Figueiredo, ex-presidente da Iniciativa Liberal (IL) e atual cabeça de lista às eleições europeias pelo partido, afirmou, esta quarta-feira, que o "objetivo é eleger um eurodeputado", portanto, no caso de um mau resultado, assume a culpa.

"O objetivo da IL é eleger um eurodeputado. Se não for eleito, assumo as responsabilidades dessa eleição, até porque as eleições europeias, todos os estudos o indicam, são particularmente pessoalizadas, portanto um mau resultado, deve-se a mim", destacou , em entrevista à CNN Portugal.

Questionado sobre se um mau resultado da IL nas europeias pode influenciar a liderança de Rui Rocha à frente do partido, Cotrim de Figueiredo respondeu que "há sempre a tentativa de fazer leituras nacionais dos resultados (...) e depende de cada partido a forma como pretende interpretar ou aproveitar os resultados para fazer política interna", mas que "os Governos não devem tirar ilações de resultados que não são legislativas e os partidos só as devem tirar na estrita medida em que assumem isso anteriormente ou como, às vezes, dão jeito".

"Os candidatos sim. Por esta ser uma eleição pessoalizada, acho que devem assumir os méritos e as responsabilidades daquilo que corre mal ou bem na campanha", acrescentou.

Sobre se considera que as eleições europeias podem ser uma 'segunda volta' das eleições legislativas, o liberal realçou que isso seria "particularmente lamentável". "Em primeiro lugar porque nenhumas eleições se deviam confundir com as anteriores ou com as seguintes por uma questão claramente democrática. As escolhas estão em cima da mesa, e, neste caso em concreto, é para eurodeputados, portanto representantes de Portugal no Parlamento Europeu", começou por denotar.

E continuou: "Em segundo lugar porque passaram dois meses de uma legislação legislativa, em que nem sequer um voto de protesto seria razoável de assumir a esta campanha e esta eleição. Portanto não, seria duplamente lamentável".

Apesar de ter abandonado a liderança do partido e, mais tarde, ter encabeçado a lista pela IL às eleições europeias, Cotrim de Figueiredo esclareceu que não se tratou de "carreirismo político". “Isso implicava que eu tivesse alguma intenção de me candidatar ao Parlamento Europeu quando decidisse deixar a liderança do partido, coisa que não aconteceu”, frisou.

"O que me disponibilizei a fazer é um combate político, que é importante para Portugal, porque Portugal tem muito a ganhar com uma Europa mais forte e mais rica do que é hoje. Mas também a IL tem a ganhar. Sinto responsabilidade por este projeto e acho que estas eleições são uma excelente oportunidade para avançar no projeto liberal", reforçou.

Além disso, Cotrim de Figueiredo não acredita que as reações à sua saída da liderança do partido afetem "nem a motivação" que sente "nem a forma como é vista entre os candidatos da IL".

"Aquilo que nos levou a não aceitar integrar o Governo está a comprovar-se como tendo razão de ser"

Sobre a liderança da Aliança Democrática no Governo ao longo dos últimos dois meses, o liberal considerou que "aquilo que levou [a IL] a não aceitar integrar o Governo está a comprovar-se como tendo razão de ser".

Como exemplo, Cotrim de Figueiredo denotou a discussão esta quarta-feira na Assembleia da República sobre a revogação de uma parte das medidas que são específicas do pacote 'Mais Habitação'. “O PSD, que no passado tinha mostrado grande desagrado com o pacote ‘Mais Habitação’, hoje não aproveitou para o revogar e absteve-se, inviabilizando que as nossas propostas fossem aprovadas”, sublinhou.

Voltando ao passado, o liberal recordou que “Rui Rocha estava disponível para viabilizar uma solução com a AD”, tendo até havido negociações feitas “de boa fé”, mas que “não foram conclusivas”. “Achámos que, por acordo mútuo, não havia base suficiente de entendimento. A partir daí, optámos por fazer oposição construtiva”, realçou.

"Gostamos demasiado do projeto europeu para nos deixarmos influenciar pela nacionalidade da pessoa que presidirá o Conselho Europeu"

Cotrim de Figueiredo revelou também que o partido não vai apoiar o antigo primeiro-ministro António Costa caso apresente uma candidatura ao Conselho Europeu, destacando que a justificação é "simples".

"Gostamos demasiado do projeto europeu para nos deixarmos influenciar pela nacionalidade da pessoa que presidirá o Conselho Europeu. As pessoas que devem estar nos principais cargos são pessoas que tenham, quanto ao projeto europeu, visões com as quais nós concordemos. São esses que iremos apoiar", frisou.

Recorde-se que a Iniciativa Liberal aprovou, no final do mês de abril, o nome do seu ex-presidente João Cotrim Figueiredo como cabeça de lista do partido às eleições europeias de junho, com 47 votos a favor e duas abstenções.

Em comunicado, a IL anunciou que João Cotrim Figueiredo se juntou à vice-presidente do partido, Ana Martins, como número dois da lista, enquanto o terceiro posto ficou para António Costa Amaral, engenheiro e "responsável por vários programas e manifestos do partido ", o quarto para o professor Paulo Alcarva, e o quinto para a independente Inês Gregório.

Os nomes foram hoje aprovados no Conselho Nacional da IL, uma reunião que decorreu numa unidade hoteleira do Porto.

Cotrim Figueiredo teve 47 votos a favor, duas abstenções e zero votos contra.

[Notícia atualizada às 23h53]

Leia também: IL recusa entendimentos com outros partidos na Assembleia da Madeira

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