Livre conquistou vitória agridoce e promete combate à extrema-direita
O Livre teve um dos melhores resultados da noite eleitoral, conquistando pela primeira vez um grupo parlamentar, mas a vitória acabou por ser agridoce devido ao crescimento do Chega, com Rui Tavares a prometer um combate firme à extrema-direita.
© Paulo Alexandrino/Global Imagens
Política Livre
A noite eleitoral do Livre começou calma e expectante no Teatro Thalia, em Lisboa, com o deputado único, Rui Tavares, a antecipar "uma noite longa" para o partido.
Com as primeiras previsões a darem ao Livre a possibilidade de eleger um grupo parlamentar de quatro a seis deputados, a sala onde se reuniram cerca de uma centena e meia de apoiantes soltou os primeiros festejos, num ambiente que foi crescendo à medida que as expectativas se confirmavam.
O primeiro grande momento da noite foi a eleição do cabeça-de-lista pelo Porto, Jorge Pinto, uma das principais apostas do partido nesta campanha. O engenheiro do Ambiente e funcionário europeu, de 36 anos, que nas últimas legislativas já ambicionava chegar ao parlamento, não esteve hoje no Teatro Thalia, tendo ficado na sede do partido no Porto.
O ambiente de êxtase foi crescendo com a eleição do cabeça-de-lista por Lisboa, Rui Tavares, e logo de seguida da 'número dois' pela capital e deputada municipal, Isabel Mendes Lopes.
À engenheira civil, de 42 anos, juntou-se mais tarde o advogado e cabeça-de-lista por Setúbal, Paulo Muacho, cuja eleição gerou cânticos e festejos efusivos.
O Livre conquistou esta noite o seu melhor resultado de sempre em eleições legislativas. Em 2015, o partido integrou a candidatura cidadã Tempo de Avançar, que obteve 0,73% (39.340 votos) e em 2019 conseguiu o feito histórico de eleger Joacine Katar Moreira para o parlamento, com 1,09%, cerca de 55 mil votos.
Após uma estreia conturbada na qual perdeu a representação meses depois de a conquistar, nas legislativas de 2022 o Livre regressou ao parlamento com Rui Tavares, obtendo 1,28%, o correspondente a 71.196 votos.
Desta vez, de acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna, com 99,01% da contagem feita, o Livre obteve 3,26 %, o equivalente a 199.890 votos.
Durante a campanha, o partido apontou dois objetivos eleitorais: Eleger um grupo parlamentar mínimo de três deputados e "afastar extremismos do poder".
A falha deste segundo objetivo, com o Chega a conquistar 48 mandatos, ensombrou a noite de vitória do Livre, que acabou por ter um sabor agridoce.
Contudo, no discurso final da noite, Rui Tavares garantiu que o partido fará um combate cerrado à extrema-direita, almejando "rebentar o balão" que cresceu esta noite no país e deixando uma palavra de solidariedade para com todas as minorias, clamando: "Não passarão".
O dirigente manifestou disponibilidade para dialogar à esquerda e garantiu que o Livre "sabe crescer bem e com responsabilidade", argumentando que o resultado histórico do partido mostra que "há espaço para uma esquerda verde europeia em Portugal".
A noite acabou com Rui Tavares a citar a "Canção de engate", de António Variações, apelando: "Venham amigos, nunca é tarde para descobrir um mundo novo. Como diz a música do Variações 'eu sou livre e tu estás livre, porque não vamos unidos'".
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