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BE vê "bom início de conversa" com PS sobre estado social mas pede mais

A coordenadora do BE considerou hoje "um bom início de conversa" o líder do PS recusar qualquer passo atrás no Estado social, mas avisou que, quanto ao SNS, "é preciso fazer o contrário do que fez a maioria absoluta".

BE vê "bom início de conversa" com PS sobre estado social mas pede mais
Notícias ao Minuto

00:05 - 01/03/24 por Lusa

Política Eleições

Num discurso durante um jantar comício em Leiria, Mariana Mortágua aproveitou o mote de o cabeça de lista pelo BE por este distrito ser médico para se focar no SNS, considerando que quando trabalhar neste serviço "é uma luta diária" para os seus profissionais "quem paga são os utentes".

"Ouvi já nesta campanha Pedro Nuno Santos dizer que o PS não dará nenhum passo atrás na defesa do Estado Social e ainda bem que o disse, é um bom início de conversa ter a garantia que não serão dados passos atrás, mas, para que o SNS não recue, não basta não dar passos atrás, não é suficiente deixar tudo como está ou dar alguma garantia que não se vai privatizar mais bocados do SNS", defendeu.

O aviso da líder do BE foi diretamente para as hostes socialistas: "para salvar o SNS é preciso fazer o contrário do que fez a maioria absoluta, é preciso fazer diferente do que fez a maioria absoluta".

"Não basta repetir que o país precisa de um SNS, que o SNS é uma grande conquista de Abril, que o defendemos da fúria privatizadora da direita", disse.

Mortágua considerou que "é preciso a coragem para desbloquear os bloqueios que a maioria absoluta deixou", dando como exemplo das exigências do BE a exclusividade dos profissionais, as equipas de saúde familiar e travar uma reorganização do SNS que quer esconder o óbvio, ou seja, que "há falta de profissionais" e que "quer tapar os buracos dos hospitais à custa dos cuidados primários, da prevenção da saúde".

"É preciso responder aos milhões de utentes que sabem que o futuro do SNS se decide nestas eleições. Avançar para reconstruir o SNS, voltar a fazer aquilo que já foi feito no passado, mas muito melhor", propôs, considerando que se foi possível construir o SNS no 25 de Abril agora é preciso reconstrui-lo.

A líder do BE aproveitou o tema da saúde para criticar diretamente o ministro da Saúde da maioria absoluta quando disse, com 70% das vagas abertas para médicos de família por ocupar, que o concurso foi um sucesso.

"Faltou muito pouco para ouvirmos Manuel Pizarro dizer que o SNS está melhor, só o acesso dos utentes ao SNS é que está pior, faltou muito pouco", ironizou, numa alusão a uma frase de Luís Montenegro quando era líder parlamentar do PSD no período da troika.

E foi quando voltou o seu discurso para a questão da educação que Mariana Mortágua apontou não só ao PS, mas também à direita sobre o tema da recuperação do tempo de serviço dos professores.

"Com ou sem maioria absoluta, o PS nunca hesitou em tentar levantar um país contra supostos privilégios dos professores. Quando precisou de uma maioria no Parlamento contra os professores, o PS conseguiu-a com os deputados do PSD", acusou.

Por isso, para a coordenadora bloquista, a promessa da recuperação do tempo de serviço dos professores feita por Luís Montenegro é "antinatural, cheia de truques e já nasceu afogada em impossibilidades e dúvidas".

"É preciso responder pelo tempo de serviço dos professores e para isso está aqui o BE. É só o voto no BE que garante que o compromisso da recuperação do tempo de serviço é garantido, que esse compromisso é para valer", apelou.

No entanto, para Mariana Mortágua a questão da recuperação do tempo de serviço dos professores talvez não seja o tema que mais preocupa atualmente os professores e profissionais preocupados com a escola pública.

"É preciso responder a todos os alunos sem professor, a todos os professores sobrecarregados ou sem formação adequada, a todos os profissionais que fazem a escola, a todos os pais que se preocupam", defendeu, pretendendo também uma reconstrução da escola pública.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

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