Legislativas. PSD "não se vai coligar nem com o PS, nem com o Chega"
O líder do PSD, Luís Montenegro, falou, esta terça-feira, sobre Portugal na União Europeia, na CNN International Summit.

© Pedro Correia / Global Imagens

Política Luís Montenegro
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, rejeitou, esta terça-feira, um eventual Governo de coligação após as eleições legislativas, que acontecerão a 10 de março de 2024.
No fim da sua intervenção na CNN International Summit, no Porto, Montenegro falou aos jornalistas, tendo sido questionado não só sobre o que o levou à cimeira, mas também sobre as legislativas. "Diria que 10 de março é uma oportunidade onde os portugueses podem tomar uma posição. E espero sinceramente que essa não seja beneficiar o infrator - aquele que nos trouxe um ciclo de empobrecimento que é cada vez mais visível no dia a dia dos portugueses", alertou.
Questionado sobre as sondagens, e um possível desfavorecimento em relação aos candidatos do Partido Socialista (PS), Montenegro referiu que não ficava "deprimido" quando estas são "menos boas", nem "eufórico" quando são melhores em relação ao PSD.
Não me passa pela cabeça nenhum governo de bloco central. Com a minha liderança no PSD isso não acontecerá seguramente
Num pior cenário para os sociais-democratas, em que não haja uma maioria absoluta para o partido que lidera, Montenegro garantiu que este tentará encontrar "o reforço da sua posição de maneira a alcançar essa maioria". "Sendo certo que não se vai coligar com o Partido Socialista, nem com o Chega. Isso está absolutamente esclarecido. Se, mesmo assim, não houver a tal maioria que as pessoas têm na cabeça, terão de ser esses partidos a tomar uma de duas posições: ou dar condições de governabilidade ao Governo, ou deitá-lo abaixo. Mas para o deitar abaixo, é bom que as pessoas saibam que isso só acontecerá se o Chega e o PS estiveram de mãos dadas", esclareceu.
Aos jornalistas, Luís Montenegro afirmou que só não serão dadas condições de governabilidade ao PSD "se o Chega e o PS estiverem de mãos dadas".
"Não me passa pela cabeça nenhum governo de bloco central. Com a minha liderança no PSD isso não acontecerá seguramente", garantiu.
Já durante a intervenção na Cimeira, Montenegro falou sobre a posição de Portugal na União Europeia, assim como sobre o crescimento económico do país.
"Nos últimos anos, temos tido um desempenho que é menor do que aquele que os país com os quais nos devemos comparar - os países da coesão - tiveram. Em termos médios, os países da coesão na União Europeia cresceram cerca de 50% mais de 2015 a 2022 do que aquilo que nós fomos capazes de promover em termos de crescimento económico em Portugal", afirmou.
Falando sobre a "ideia que se tentou consolidar" de uma aproximação ao nível de desenvolvimento económico face às "principais potências económicas" da UE, Montenegro foi peremptório: "Essa ideia é, de alguma maneira falaciosa".
O líder social-democrata justificou-se explicando que houve alguma aproximação, na medida em que "esses países têm tido períodos com crescimento muito limitado - e a Alemanha está mesmo na linha da recessão".
"Mas também é verdade que o mais importante é que os outros [países] que têm uma situação parecida com a nossa estão a conseguir fazer essa aproximação com muito mais intensidade", continuou.
Montenegro relembrou que Portugal faz parte da UE há quase 40 anos, e defendeu: "Estamos há 40 anos a ser subsidiados para podermos ter um impulso económico e social que nos aproxime da qualidade de vida dos nossos parceiros, que têm esse nível de vida mais elevado".
Relembrando o alargamento da UE, no início dos anos 2000, Montenegro apontou ainda que os países a leste que entraram nessa altura para o bloco, "já nos estão a ultrapassar". A seu ver, Montenegro nota que o "drama de Portugal" numa perspectiva europeia será a interrogação futuro desses países sobre os motivos pelos quais Portugal continua a receber apoios.
Questionado sobre se Portugal conseguirá evitar uma recessão no próximo ano, Montenegro defendeu que acha que sim - ainda que com eleições no próximo ano, ou a eventualidade de um o Orçamento retificativo. "As eleições vão ser um fator positivo porque - se, como espero - mudarmos de Governo e política económica, isso vai ter reflexo subsequente, que é precisamente o país poder perspectivar um nível de crescimento que seja no mínimo o dobro daquele que tem sido a média dos últimos oito anos. Acho que há possibilidade de podermos duplicar a nossa capacidade de fazer a economia crescer", adiantou.
Montenegro defendeu ainda que "talvez" o maior drama de todos seja a saída de jovens de Portugal, "o que retira capacidade do país criar riqueza e retira também a capacidade de termos uma sociedade com mais equilíbrio familiar e comunitário".
Para o líder social-democrata, colocar a economia portuguesa acima dos 3% é possível com uma "fiscalidade mais amigas das pessoas e das empresas".
"É preciso também que numa faixa etária, que é a juventude, possamos dar previsibilidade com um período suficiente para que as pessoas possam construir os seus projetos", tais como arrendar ou comprar casa ou iniciar uma vida familiar. "Por isso defendemos um IRS ainda mais baixo para os jovens até aos 35 anos. Não estamos a falar de uma coisa pontual. Estamos a falar de previsibilidade a dez ou 15 anos", defendeu.
[Notícia atualizada às 18 horas]
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