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TAP? Há "pouca coerência em torno das posições que o Governo vem tendo"

O antigo adjunto do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, foi entrevistado em conjunto com o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, a propósito do livro 'Patos desalinhados não voam', sobre o caso TAP, escrito pelos dois, e que será lançado esta terça-feira.

TAP? Há "pouca coerência em torno das posições que o Governo vem tendo"

O antigo adjunto do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, afirmou, em entrevista à SIC Notícias, esta segunda-feira, que "existe pouca coerência em torno das posições que o Governo vem tendo" sobre a TAP.

Segundo Frederico Pinheiro, "o que se vê nos últimos tempos é que António Costa defendia que o Estado não deveria vender a maioria do capital da TAP e agora já há uma defesa da venda de, pelo menos, 51% da TAP".

"Se juntarmos a isto o facto de o primeiro-ministro ter tentado arrumar o debate sobre a privatização da TAP com uma afirmação dizendo que era uma imposição de Bruxelas no âmbito de reestruturação da TAP, a única conclusão que posso retirar aqui é que existe pouca coerência e fundamentação em torno das posições que o Governo vem tendo" sobre a companhia aérea.

O antigo adjunto do ministro das Infraestruturas considerou ainda, tal como é defendido no livro 'Patos desalinhados não voam', sobre o caso TAP, escrito em conjunto o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, também entrevistado naquela antena televisiva, que "não há necessidade de se vender a TAP". "Ainda não percebemos porque é que se vai vender e qual a pressa", acrescentou.

Até à saída de Pedro Nuno Santos, "a TAP não ia ser vendida"

Sobre Pedro Nuno Santos, que deixou o cargo de  ministro das Infraestruturas e da Habitação, no Governo, na sequência do acordo de rescisão da antiga administradora  Alexandra Reis com a companhia aérea, Frederico Pinheiro defendeu, tal como está salientado no livro, que até à saída do Executivo deste ministro, "a TAP não ia ser vendida e, a partir do momento que sai, o processo acelera".

Pedro Nuno Santos "não defende a venda da maioria do capital da TAP, não há nenhuma fundamentação sólida para a venda" da companhia, opinião partilhada por Frederico Pinheiro e Hugo Mendes.

"Interesse do PS era atingir algumas personalidades políticas"

Já na ótica de Hugo Mendes, que autorizou a polémica indemnização a Alexandra Reis, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP "falou pouco de forma relativa de privatização, de nacionalização, das dimensões que deviam ser as mais centrais numa comissão de inquérito deste tipo e falou muito de comunicações pessoais que ganharam uma centralidade".

Para o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, a CPI à TAP foi um terreno de guerra para onde cada partido levou uma agenda política. Tanto Hugo Mendes como Frederico Pinheiro defenderam ainda que o Partido Socialista quis "queimar" Pedro Nuno Santos na comissão de inquérito. "O interesse do PS era atingir algumas personalidades políticas com esta comissão", afirmou Hugo Mendes, dando conta que, mais propriamente, falava de Pedro Nuno Santos.

"Difamado, injuriado, humilhado"

No final de outubro, Frederico Pinheiro avançou com uma queixa, em processo penal, contra o primeiro-ministro António Costa e o ministro da tutela, João Galamba, que o acusaram de "roubo" do computador de serviço que acabou por ser recuperado pelo SIS (Serviço de Informações de Segurança) em abril.

Nesta entrevista, Pinheiro reiterou que o fez "porque se sentiu difamado, injuriado, humilhado pelas declarações" de ambos os governantes.

Recorde-se que o  caso que envolve Frederico Pinheiro remonta a 26 de abril, envolvendo denúncias contra o ex-adjunto por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido. A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS na recuperação desse computador.

Este episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que apresentou demissão, mas que António Costa não aceitou.

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