"Tom paternalista, ligeireza." Declarações de Marcelo "são preocupantes"
Pedro Nuno Santos criticou a "forma" e o "conteúdo" das polémicas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a guerra no Médio Oriente.
© Global Imagens/Leonardo Negrão
Política Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação, revelou esta segunda-feira que acompanhou a polémica das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a Palestina "com alguma perplexidade e preocupação".
"As declarações do Presidente da República são preocupantes e não é só pelo conteúdo. É, desde logo, pela forma. Impressionou-me a forma ligeira como este assunto foi tratado pelo senhor Presidente. O local... o tom paternalista...", disse Pedro Nuno Santos no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias.
Para o antigo ministro, "um Presidente da República não pode tratar um tema desta complexidade daquela maneira".
Considerando, porém, que Marcelo tem tido um papel importante em "derrubar barreiras" entre eleitores e eleitos, o ex-governante afirmou também que há "diferença entre o à vontade e à vontadinha". "A fronteira é muito ténue entre uma e outra, e o senhor Presidente já a ultrapassou demasiadas vezes", disse ainda.
Para além da forma, Pedro Nuno Santos, criticou ainda o conteúdo. Parafraseando o que disse o chefe de Estado, o antigo ministro frisou que faltou, no que disse, uma "condenação, uma crítica, uma apreciação negativa, da resposta também bárbara de Israel".
"Assistimos a uma massacre diário do povo palestiniano. São milhares as pessoas que estão a morrer", lamentou ainda, falando, para além das mortes, das condições de vida do povo palestiniano.
De recordar que Marcelo está envolvido numa polémica por ter dito, na passada sexta-feira, ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" esta guerra com Israel e aconselhou-os a serem moderados e pacíficos.
"Desta vez foi alguém do vosso lado que começou. Não deviam", considerou o chefe de Estado português, num diálogo com Nabil Abuznaid, em inglês, durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa.
No fim da conversa, o chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal manifestou-se desapontado com as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.
Em causa está o ataque sem precedentes em território israelita levado a cabo a 7 de outubro pelo grupo islamita Hamas, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, que controla a Faixa de Gaza, e no qual matou e raptou militares e civis, incluindo crianças.
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