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Embaixador palestiniano esperava "palavras de empatia" de Marcelo

"Pessoalmente continuo a ter todo o respeito pelo Presidente, mas esperava que houvesse uma declaração para mostrar empatia pelo povo de Gaza", disse Nabil Abuznaid.

Embaixador palestiniano esperava "palavras de empatia" de Marcelo
Notícias ao Minuto

20:14 - 06/11/23 por Notícias ao Minuto

País Palestina

Na sua primeira reação após a conversa tensa com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza, o embaixador palestiniano em Portugal afirmou que o Presidente da República não o contactou, esperando por "palavras de empatia" da parte de Marcelo.

Numa entrevista à RTP, Nabil Abuznaid revelou que pensava que as palavras do Presidente da República "seriam comentários em privado da sua parte, mas foi diante das câmaras" e lamentou que Marcelo não fosse mais compreensivo para com os palestinianos.

"Espero de facto que seja a última vez que falo nesta questão, mas eu esperava palavras de empatia do Presidente da República sobre os 10 mil palestinianos civis que foram mortos em Gaza, não estando de modo nenhum envolvidos no conflito", afirmou.

Abuznaid queria que o chefe de Estado se pronunciasse sobre a "infeliz morte de civis palestinianos" ou, pelo menos, que fizesse uma declaração sobre a violência sobre os civis palestinianos durante os incessantes bombardeamentos israelitas.

"Pessoalmente continuo a ter todo o respeito pelo Presidente, mas esperava que houvesse uma declaração para mostrar empatia pelo povo de Gaza, pelas mulheres e crianças inocentes que foram mortas, sem razão nenhuma. Era tudo o que esperava da conversa que tentei ter com o Presidente", disse.

A polémica, recorde-se, começou na sexta-feira, quando Marcelo Rebelo de Sousa abordou o chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal, num evento no Centro de Congressos de Lisboa, e comentou frente a Nabil Abuznaid que "desta vez" tinha sido alguém do lado palestiniano a iniciar a onda de violência - que matou mais de 10 mil civis e atirou o enclave palestiniano, e os seus 2,3 milhões de habitantes, para uma enorme crise humanitária.

"Desta vez foi alguém do vosso lado que começou. Não deviam", disse Marcelo, ao que Abuznaid respondeu que, "se queremos ser justos, temos de condenar a violência dos dois lados, pelo menos, e de condenar a ocupação, essa é a raiz do problema". "E o Presidente repetiu cinco vezes para a imprensa aqui o ataque de 7 [de outubro], mas não mencionou o povo de Gaza. Isto é injusto", reiterou.

Marcelo procurou defender-se por duas vezes, indo inclusive a uma manifestação pró-Palestina à porta do Palácio de Belém, no domingo, reafirmando que acredita estar a dizer "o que Portugal pensa".

Leia Também: 'Manif' e uma alegada 'cunha': O fim de semana desafiante de Marcelo

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