Em declarações à Lusa, a dirigente do PAN Bebiana Cunha deu conta que já chegaram ao partido "dezenas" de mensagens com fotografias de aves mortas na estação pertencente à Linha Laranja (F) do Metro do Porto, tendo também já sido feito um alerta pelo ativista Cláudio Porto nas redes sociais.

"O tipo de material que é colocado deve ter em conta o impacto que vai ter na biodiversidade. Aqui, aparentemente, esse cuidado não existiu", disse Bebiana Cunha à Lusa sobre o tema na estação Nau Vitória, inaugurada em 2011 juntamente com a Linha F do metro (Senhora da Hora - Fânzeres).

Segundo a dirigente, o PAN escreveu à administração da Metro do Porto com vista à implementação de "soluções com o objetivo de não provocar a morte de mais aves, isto é, de assumir uma posição responsável perante a biodiversidade".

"Nós sugerimos à administração da Metro do Porto que articulasse com a Sociedade Portuguesa do Estudo das Aves (SPEA) no sentido de encontrar as melhores soluções", disse a responsável do PAN.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Metro do Porto afirmou que já estão a ser analisadas soluções para o problema pelo Gabinete de Ambiente, Qualidade e Segurança da empresa, e que as vidraças estão instaladas desde o início da operação da estação.

"Caso não exista nenhuma resposta ou caso não assuma, a administração da Metro, esta responsabilidade para com a biodiversidade e para com o impacto ambiental, nós iremos organizar uma manifestação juntando todas as pessoas que nos têm contactado, preocupadas com aquilo que se está a passar", avisou Bebiana Cunha.

Em causa estão aves como pombos ou pardais, alguns deles insetívoros, que "controlam outras espécies e tudo se desregula" em termos de biodiversidade "a partir do momento em que a intervenção humana acontece sem ter esta consciência", alerta Bebiana Cunha.

"Sabemos que, havendo um declínio da biodiversidade, todo o papel ecológico que cada uma destas espécies tem acaba por ficar em causa, e depois surgem outros problemas, como determinadas pragas", explanou.

Como medidas para resolver problemas deste tipo, a dirigente do PAN remete novamente para a SPEA, sendo "aconselhado tornar visíveis estes painéis, porque efetivamente eles sendo transparentes, as aves não se apercebem deles".

"Nestas superfícies transparentes ou até, de alguma forma, espelhadas, se não tiverem pistas visuais para as identificar, efetivamente não têm tempo suficiente para reagir, quando se apercebem" da sua existência, aponta a ex-deputada à Assembleia da República.

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