"Não podemos aceitar que os governantes continuem a tratar o povo desta forma. Numa terra onde há tanta desigualdade, não há paz social", disse, para logo reforçar: "Não há paz social quando não se respeita os direitos ao ambiente, não há paz social quando não se respeita os direitos sociais, não há paz social quando não se respeita os direitos económicos."
Edgar Silva falava numa ação de campanha da candidatura da CDU às eleições de 24 de setembro, no sítio da Mãe de Deus, no concelho de Santa Cruz, na zona leste da ilha da Madeira, onde alertou para vários problemas que afetam a população local, como a falta de saneamento básico e a existência de uma vacaria perto dos prédios de apartamentos.
"Aqui praticamente quase que nasce uma cidade, mas os governantes nem investiram em saneamento básico, na defesa da qualidade de vida das populações, no direito ao bem-estar, à qualidade de vida", disse, sublinhando que o sítio da Mãe de Deus "é um dos lugares onde são muito flagrantes as grandes desigualdades que existem na região".
Edgar Silva, também coordenador do Partido Comunista Português da Madeira, utilizou o altifalante de um carro de campanha para transmitir a mensagem da CDU, que, disse, se caracteriza pelo combate às desigualdades.
"A grande questão que hoje está colocada à região são as grandes desigualdades que existem, desigualdades económicas, desigualdades sociais, desigualdades ambientais", insistiu.
O candidato da coligação PCP/PEV realçou que "as pessoas têm direito ao bem-estar e têm direito a ter qualidade de vida" -- e, no caso da Mãe de Deus, o que falta é investimento público e "intervenção com dinheiro que está a ser esbanjado".
"Até um raio de um parque infantil eles [os governantes] não foram capazes de construir aqui", desabafou, considerando que esta é mais uma prova das "desigualdades gritantes e escandalosas" no arquipélago.
"Isto não pode continuar. Temos que dar a volta a isto", disse, para depois apelar ao voto na CDU.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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