Num requerimento enviado ao presidente do PS, Carlos César, à qual a agência Lusa teve acesso, 25 membros da Comissão Nacional afetos a Daniel Adrião defenderam uma alteração à convocatória desta reunião.
A ideia deste grupo era especificar na ordem de trabalhos que a Comissão Nacional deste sábado, no Porto, tinha um ponto destinado à convocação das eleições internas para o cargo de secretário-geral e para o 24º Congresso Nacional, "que se deve realizar em setembro de 2023, dando cumprimento ao artigo 16º dos Estatutos do Partido Socialista, que determina que o mandato dos órgãos eletivos tem a duração de dois anos".
No entanto, Carlos César respondeu a Daniel Adrião que o ponto três da ordem de trabalhos da próxima reunião da Comissão Nacional do PS "permite" essa possibilidade de marcação do congresso, assim como "outras".
Desta forma, segundo o presidente deste partido, será assim em plena reunião da Comissão Nacional do PS que se decidirá se o congresso é adiado, como parece pretender a direção dos socialistas liderada por António Costa, ou se é marcado dentro do prazo estatutário já para setembro.
Daniel Adrião, que lidera uma sensibilidade minoritária nas comissões Nacional e Política do PS contesta a ideia de o congresso ser adiado para janeiro e fevereiro, já em ano de eleições europeias e após a discussão e votação do Orçamento do Estado para 2024.
"Os mandatos eletivos estão definidos nos estatutos e têm a duração de dois anos. Tirando a situação excecional com a pandemia da covid-19, este princípio foi sempre respeitado por todos os anteriores líderes do PS e por todas as minorias", referiu Daniel Adrião, antes de deixar uma acusação à direção socialista.
"Os congressos não podem ser marcados em função de dar jeito ou não dar jeito às direções do partido. Estamos perante mais uma prática irregular. Mais grave, penso que esta é uma prática que aproxima o PS das forças de poder em democracias iliberais", acrescentou.
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