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"Vai ser impossível esta legislatura chegar ao fim", diz Marques Mendes

Marques Mendes defende que o fim da legislatura está inevitavelmente perto.

"Vai ser impossível esta legislatura chegar ao fim", diz Marques Mendes
Notícias ao Minuto

23:30 - 21/05/23 por Marta Amorim

Política Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes comentou, este domingo, o Caso Galamba, que apelidou de "novela", considerando que "se seguíssemos os critérios políticos do ex-Presidente Jorge Sampaio, o Parlamento teria sido dissolvido nestas últimas semanas".

Para o antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), "vivemos em tempos anormais" uma vez que, em quase 50 anos de democracia "nunca se tinha visto nada igual", referindo-se às "cenas de pancadaria dentro de um Ministério".

Depois, menciona as duas sessões no Parlamento a "lavar roupa suja" e no meio, "a sensação de que todos estão a mentir".

"Estas pessoas não têm qualidade nem princípios para estarem no Governo. Como diz António Barreto, isto é uma República de Garotos", afirmou. 

Luís Marques Mendes, nota ainda a "facilidade com que governantes entram em contradições". "Galamba já teve quatro ou cinco versões. Se for ouvido terá uma sexta ou uma sétima", frisou.

"A mim pareceu-me muito José Sócrates. Na forma de comunicar e na mudança de narrativas", declara.

Por outro lado, refere, no dia 1 de Maio, Costa disse à RTP que não tinha sido informado de nada mas "agora, Galamba diz que na madrugada de 26 de abril o informou de tudo ao telefone".

Assim, nota, António Costa perde autoridade e tem um "Ministério em autogestão". O comentador recorda que no computador do adjunto havia "matéria classificada do Estado" que não estava nos arquivos, entre outros pormenores que acha não serem dignos de um Executivo. 

"Numa noite de desvario, Galamba telefona a meio Governo, parece uma barata tonta", aponta, lembrando também a chefe de gabinete "que telefona ao SIS com a mesma facilidade olímpica com que se liga à Telepizza".

Por fim, nota "um Ministério a ser investigado pelo Ministério Público". Marques Mendes defendeu ainda que "vai ser impossível esta legislatura chegar ao fim".

"Vai ser inevitável a dissolução da Assembleia da República. O que aconteceu esta semana é mais um prego no caixão da estabilidade da legislatura. Goste-se ou não se goste da ideia de haver eleições antecipadas. E a campanha eleitoral já começou. O Governo e a oposição", asseverou. 

O comentador deu ainda destaque ao polémico discurso de Cavaco Silva - que pediu a demissão de Costa - asseverando que este foi "seguramente o discurso de oposição mais duro feito até hoje".

Apelidando o discurso de "arrasador" e uma espécie de "vendaval político", disse que "não ficou pedra sobre pedra – na Saúde, na Economia, na Justiça, na ética política, na crítica à falta de autoridade e liderança de António Costa".

Goste-se ou não de Cavaco Silva, ele tem uma grande autoridade

Aqui, destaca ainda o incómodo do PS, que "fica sempre incomodado" com as intervenções mas Cavaco, mas desta vez "muito mais". 

"Goste-se ou não de Cavaco Silva, ele tem uma grande autoridade sempre que se fala de matérias de governação. Foi, talvez, o primeiro-ministro mais realizador da democracia portuguesa. Teve dez anos no poder, duas maiorias absolutas, foi provavelmente quem mais reformas fez e tem resultados económicos e sociais a apresentar", refere.

Lembrando que Cavaco foi "demolidor" noutras ocasiões, nesta "mostrou um grande sentido de oportunidade".

"Este discurso, feito há seis meses ou um ano, a maioria das pessoas acharia um exagero. Agora tem adesão à realidade, com toda esta degradação. As falhas são tantas e tão graves que, se vivêssemos em circunstâncias normais, o Parlamento já teria sido dissolvido", apontou. 

Só que, desta vez, Cavaco veio também "caucionar" Montenegro com destaque para os elogios, que não lhe são normais. "Esta é a grande novidade do discurso. E isto é o que mais mossa faz no PS, porque ajuda a mobilização do PSD", finaliza.

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