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Presidente da República "disse coisas que, seguramente, não gostei"

António Costa voltou a falar da relação que mantém com Marcelo Rebelo de Sousa, asseverando que "não estiveram sempre de acordo", mas que "aquilo que os portugueses têm de exigir a todos é que cada um cumpra devidamente as suas funções" e haja "uma relação leal".

Presidente da República "disse coisas que, seguramente, não gostei"
Notícias ao Minuto

08:44 - 31/03/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política António Costa

Em entrevista à SIC, na noite desta quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, referiu-se à relação que mantém com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afastando a existência de um 'conflito' entre ambos, mas assinalando: "Nestes oito anos, não estivemos sempre de acordo"

"Seguramente, devo ter dito coisas que o Presidente da República não gostou. Ele também disse coisas que, seguramente, eu não gostei. Essa parte tenho a certeza", assinalou António Costa sobre o tema. "Acho normal. Não temos de andar sempre a concordar nem sempre a discordar". 

Contudo, nas palavras do chefe do Executivo, "aquilo que os portugueses têm de exigir a todos é que cada um cumpra devidamente as suas funções" e haja "uma relação leal entre os diferentes órgãos de soberania", que "cooperem em conjunto para o bem do país - as causas nacionais - e é o que, no essencial, procuramos fazer". 

Creio que nestes quase 50 anos de democracia não deverá ter havido algum momento onde as relações entre Governo e Presidente da República [foram] tão fluidas

Recorde-se que, sobre esta mesma questão, António Costa tinha já assinalado, no passado dia 25, no âmbito da 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, na República Dominicana, que as divergências sobre política interna não abalaram "de forma alguma" as suas relações com o Presidente da República e considerou até que não terá havido relações "tão escorreitas" nos últimos 50 anos.

António Costa enquadrou as "divergências políticas sobre casos concretos" como algo "absolutamente normal", que "tem a ver com as funções próprias de cada um" e concluiu que, "portanto, não há nenhuma anormalidade".

"Agora, nós não temos nem um regime presidencialista onde quem governa é o Presidente da República, nem temos um regime parlamentar onde o Presidente da República não tem uma intervenção política", realçou.

"Temos um sistema sofisticado, é verdade, mas que tem funcionado bem ao longo dos anos e, passe a imodéstia - creio que o senhor Presidente da República poderá subscrever a mesma imodéstia - eu creio que nestes quase 50 anos de democracia não deverá ter havido algum momento onde as relações entre Governo e Presidente da República [foram] tão fluidas, tão escorreitas, tão normais, eu diria até com progressiva amizade", acrescentou na altura.

Leia Também: "Novela" Costa e Marcelo. "Ponto sem retorno" ou "progressiva amizade"?

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