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"Novela" Costa e Marcelo. "Ponto sem retorno" ou "progressiva amizade"?

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, admitiram "divergências", mas ambos reiteram que tal "é natural" e "absolutamente normal".

"Novela" Costa e Marcelo. "Ponto sem retorno" ou "progressiva amizade"?
Notícias ao Minuto

19:38 - 26/03/23 por Daniela Carrilho com Lusa

Política Governo

O Presidente da República e o primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, respetivamente, estiveram no centro de uma polémica, durante a semana passada, que dava conta que (aparentemente) as relações - pessoal e institucional - entre ambos poderiam estar a viver momentos conturbados. Mas, na República Dominicana, durante a Cimeira-Iberoamericana que se realizou entre sexta-feira e sábado, em Santo Domingo, os dois fizeram questão de afastar os 'rumores' de mal estar. 

Marcelo Rebelo de Sousa começou, na passada sexta-feira, dia 24, por dizer que o diálogo entre ambos "funciona muito bem", admitindo, contudo, que há "momentos mais intensos" - algo que é "normal", porque têm "personalidades diferentes e feitios diferentes".

"Isso é a riqueza da democracia. Já pensaram bem na monotonia que seria se o Presidente repetisse aquilo que o primeiro-ministro quer que ele diga, ou se o primeiro-ministro estivesse sempre de acordo com o Presidente?", questionou na altura Marcelo, considerando que ambos são "muito previsíveis" e que, "em termos de vida política até ao fim deste percurso comum até 2026", "nem ele [António Costa] vai mudar nem eu vou mudar".

Já no sábado, na República Dominicana, o primeiro-ministro declarou que as divergências não abalaram "de forma alguma" o seu relacionamento com Marcelo, considerando também que "as relações entre Governo e Presidente da República [são] fluídas, escorreitas [e] normais" e "até com progressiva amizade", algo que talvez não tenha existido em 50 anos de Democracia - uma vez que "divergências políticas sobre casos concretos" são algo "absolutamente normal".

"Se mesmo quando não temos pontos de vista coincidentes na política interna a relação pessoal é boa, em matéria de política externa, onde as posições são absolutamente coincidentes, a relação só podia ser melhor ainda", referiu ainda o chefe de Governo.

"Maioria cansada"? Costa tem "energia", diz Marcelo

Em conferência de imprensa conjunta, quando estavam prestes a terminar os trabalhos da 28.ª Cimeira Ibero-Americana, Marcelo Rebelo de Sousa foi confrontado a propósito da sua análise de que a atual governação do Partido Socialista (PS) começou já com uma "maioria cansada".

Na resposta, o Presidente da República considerou que "o senhor primeiro-ministro tem uma energia que está à prova" e que, "pessoalmente, não dá nenhum sinal de estar cansado", justificando o seu comentário com o facto deste Executivo ter enfrentado um "ano muito complicado" com "preocupações de política externa" que adiaram "temas de política interna".

Já este domingo, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com a comunidade portuguesa no Luxemburgo, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "nunca houve nenhuma zanga pessoal" com o primeiro-ministro e descartou que tenha existido "atropelos" dos "poderes de outros órgãos de soberania".

Assegurou, contudo, que as divergências naturais entre os dois "não têm nada que ver com problemas pessoais".

Na troca de 'galhardetes', também António Costa voltou a falar, este domingo, da relação que mantém com o Presidente da República, destacando que as relações entre ambos "foram sempre muito amigáveis" e "as amizades têm esta coisa, cada dia são mais fortes".

E acrescentou: "É das melhores companhias que qualquer um pode ter, até numa viagem".

"Relação entre Marcelo e Costa entrou num ponto sem retorno"

À Direita, os líderes do Partido Social Democrata (PSD) e do Chega já reagiram. Se, por um lado, Luís Montenegro comentou que não participa "em novelas", André Ventura foi mais longe.

"Correndo sempre o risco de me enganar, a relação entre o Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa entrou num ponto sem retorno", defendeu o líder do Chega, considerando que "Marcelo já não confia no Governo" e o "Governo já não confia em Marcelo" e, por isso, poderemos ter "uma espécie de conflito institucional, ou pelo menos de tensão institucional, ao longo dos próximos anos".

[Notícia atualizada às 21h27]

Leia Também: Divergências com Presidente não abalaram relações "de forma alguma"

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