O comentador Luís Marques Mendes apontou, este domingo, que "é compreensível que Pedro Passos Coelho queira voltar a ser primeiro-ministro um dia". Isto porque, "embora não o diga, ele acha que tem uma obra inacabada", realçou, no seu habitual espaço de comentário no 'Jornal da Noite', da SIC.

O ex-ministro disse, nesse momento, que tal acontece porque Passos Coelho "em 2015 ganhou as eleições, mas não conseguiu formar Governo". Portanto, caso agora tenha a oportunidade de voltar a concorrer ao cargo de primeiro-ministro, é "humano" que tente fazê-lo novamente.

Apesar de uma eventual vontade "pessoal" que possa vir a ter nesse sentido, Marques Mendes destaca que Passos Coelho tem de em mãos um "problema político". E explicou: "É que, para ser primeiro-ministro, é preciso ser líder do PSD, e esse lugar não está vago".

Luís Marques Mendes lembrou ainda que tal cargo está atualmente "ocupado por Luís Montenegro, que foi eleito há pouquíssimos meses" e que, por isso, "tem a sua legitimidade fresca e forte".

Posto isto, o que é que tudo isto significa, na ótica do comentador residente da SIC? "Que toda a especulação [acerca desta questão] se vai manter até às eleições europeias do próximo ano", argumentou.

Isto porque, nesse momento, segundo considerou o antigo dirigente dos sociais-democratas, "esse vai ser o momento da verdade e da clarificação".

E elaborou: "Se o PSD ganha as eleições europeias, evidentemente que Luís Montenegro reforça a sua posição. E, portanto, vai às eleições legislativas e candidata-se a primeiro-ministro. E pode, até, sê-lo, porque nessa altura já não tem como adversário António Costa, que é um adversário mais forte". 

Mas, caso as eleições europeias corram mal ao PSD de Luís Montenegro, não conseguindo uma vitória nas mesmas, o atual líder do partido "pode ser forçado a sair, e aí pode Passos Coelho querer 'dar o salto' para entrar".

Sobre se o "Governo e o PS vão beneficiar com este ruído" acerca da possibilidade de um 'regresso' de Pedro Passos Coelho à disputa da liderança daquele que é agora o principal partido da oposição, Luís Marques Mendes reconheceu que tal pode acontecer.

Porém, o comentador destacou que tal pode, até, "beneficiar Luís Montenegro", podendo até contribuir para que ele consiga "reforçar-se" na liderança dos sociais-democratas. E explicou: "Pode ajudar a torná-lo mais liberto, autónomo, afirmativo e determinado".

As declarações de Luís Marques surgem numa altura em que se começa a discutir a possibilidade de um ressurgimento de Pedro Passos Coelho, ex-líder do PSD e antigo primeiro-ministro, na vida política ativa do partido (e sobre as suas eventuais ambições de voltar a concorrer à liderança do país).

Temido e Pizarro, candidatos autárquicos?

Luís Marques Mendes, no seu habitual comentário televisivo de domingo, dedicou ainda alguns momentos para discorrer sobre aquele que pode ser o futuro político de Marta Temido, antiga ministra da Saúde que, entretanto, assumiu a liderança da concelhia do PS de Lisboa.

Referindo uma entrevista dada, esta semana, pela antiga governante à SIC Notícias, o comentador considerou que Marta Temido, "na prática, anunciou a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa".

O ex-dirigente social-democrata fez ainda questão de dizer que acredita que, no que toca à autarquia do Porto, o "candidato" socialista será, nas próximas eleições, Manuel Pizarro, o atual ministro da Saúde. "Ele aparece praticamente todos os dias nas televisões. Eu acho que isso tem a ver com a Saúde, mas acho que tem também a ver com a sua gestão de imagem a pensar no seu futuro na autarquia do Porto", disse.

Olhando, finalmente, para os candidatos autárquicos expectáveis da parte do PSD, Marques Mendes avança com o nome de Carlos Moedas para Lisboa, o atual autarca. "No Porto, ainda é cedo, sobretudo porque Rui Moreira [presidente da Câmara em funções] vai ter um papel muito importante na escola do próximo candidato".

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