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Habitação. "Medidas nascem de um desespero", diz Louçã
O antigo dirigente do Bloco de Esquerda criticou o plano apresentado pelo Governo, atacando o primeiro-ministro por "não cumprir" com promessas.
© Global Imagens
Política Habitação
Um programa "sem objetivos". É assim que Francisco Louçã, antigo coordenador do Bloco de Esquerda, descreveu o pacote para a habitação apresentado pelo Governo, que não tenho colhido quaisquer apoios dos dois lados da bancada.
Em entrevista à TSF, ao Jornal de Notícias e ao Diário de Notícias, Louçã considerou que as medidas, anunciadas na passada quinta-feira no âmbito do 'Programa Mais Habitação', estão "muito pouco explicas e era preciso mais do que uma operação de propaganda do Governo para se perceber realmente o que quer".
"Estas medidas nascem de um desespero. Em 2019, António Costa prometeu 26 mil casas, para as exigências mínimas de quem não tem nada, não tem nenhuma habitação condigna, repetiu em 2022, e era para 2024, ou seja, para amanhã, não vai cumprir essa promessa".
O antigo deputado e coordenador do Bloco de Esquerda acrescentou que não considera que o plano tenha "nenhum número, nenhum objetivo". Louçã defende, ainda assim, que é "muito razoável" uma "uma cooperação entre o Estado e senhorios, pagando o custo da reabilitação, alugando-as durante um período para recuperar os custos", além de referir que a "construção pública é indispensável, sem isso não haverá rendas controladas e até agora há um fracasso absoluto desse ponto de vista".
"Sem haver um controlo de rendas não haverá capacidade de determinar a função dos preços", disse.
Mas, salienta, o problema "é que o Governo, mesmo quando anuncia medidas que são tão discutidas como as que surgem agora, ao mesmo tempo toma outras que destroem qualquer política de habitação". "Como a ideia dos nómadas digitais. Venham 3, 4, 5 mil nómadas digitais que aluguem uma casa a um preço que será o dobro ou o triplo do que qualquer família pode pagar", reiterou.
O 'Programa Mais Habitação' foi anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro e, entre as várias medidas anunciadas, está o aguardado fim dos vistos 'gold' e uma série de propostas para estimular o mercado de arrendamento, sendo que o valor do pacote pode chegar aos 900 milhões de euros.
Pode consultar as principais medidas, ponto por ponto, no nosso explicador aqui.
Leia Também: Arrendamento coercivo? "Queremos, enquanto Estado, ser parte da solução"
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