Ana Gomes revela que há empresas privadas que fizeram donativos "significativos", como é o caso da CGD - que terá doado 100 milhões de euros à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), considerando que há falta de transparência com as contas do evento.
No seu espaço de comentário na SIC Notícias, a eurodeputada refere que todos os donativos dados à Jornada Mundial da Juventude, como é o caso dos contratos para a comercialização da marca 'JMJ' "estão protegidos por um acordo de confidencialidade".
"A que título?", questiona.
"Porque é que nesta matéria não há total transparência? (...) Como é que o Presidente da República, o Governo, a Câmara Municipal de Lisboa, as outras câmaras que estão envolvidas, a própria Igreja pode tolerar um esquema de cláusulas de confidencialidade?", atirou ainda.
Recorde-se que na entrevista dada à RTP, Dom Américo Aguiar, confrontado com o caso de Madrid, onde as JMJ foram realizadas com um grande bolo de donativos, este disse que Portugal não tinha esse "músculo".
Contudo, segundo o Jornal Económico, a Fundação responsável pela organização da Jornada, recebeu 4,9 milhões de euros de donativos - em cash ou em espécie como serviços prestados - de 21 empresas que vão desde o sector financeiro e telecomunicações, passando por consultoras e produtoras de vinhos, até à distribuição alimentar e não alimentar, bem como advocacia.
Trata-se de empresas como a CGD, BPI, SIBS, Altice, Deloitte, Sogrape, Pingo Doce e El Corte Inglés e Abreu Advogados, refere o mesmo jornal.
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