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"A situação política preocupa-me pouco. É preciso aumentar salários"

O secretário-geral do PCP afirmou hoje que está "mais preocupado com a crise económica e social" do que com a atual situação política do país, e defendeu a urgência de aumentos salariais e da resolução do problema da habitação.

"A situação política preocupa-me pouco. É preciso aumentar salários"
Notícias ao Minuto

16:21 - 26/01/23 por Lusa

Política Paulo Raimundo

"A situação política preocupa-me pouco. O que me preocupa mais é a situação económica e social, porque esse é que é o problema com que nós estamos confrontados", disse à agência Lusa Paulo Raimundo, após uma visita aos estaleiros navais da Lisnave, na zona industrial da Mitrena, em Setúbal.

"É preciso aumentar salários face ao aumento brutal do custo de vida, como nunca se viu, é preciso investir no Serviço Nacional de Saúde, é preciso aumentar a produção nacional", acrescentou o líder comunista.

Para Paulo Raimundo, também é necessário que o Governo fixe os preços dos bens essenciais e que se encontrem soluções para o aumento das prestações do crédito à habitação, devido à subida das taxas de juro.

O líder comunista considerou, no entanto, que "não é possível travar o aumento das prestações de crédito à habitação sem tocar nos lucros da banca".

"A banca andou anos e anos a dizer que tinha que aplicar comissões bancárias porque os juros eram baixos. E os juros, neste momento, já não justificam este argumento. Acabe-se com as comissões, porque é uma boa forma de baixar a prestação mensal da habitação", defendeu.

Confrontado com as declarações do líder do PSD, Luís Montenegro, de que estará pronto para eleições se tal for necessário, Paulo Raimundo não mostrou nenhum entusiasmo com a ideia de eleições antecipadas, apesar de reconhecer que tem havido "casos a mais" no atual Governo do PS.

"Não desvalorizamos, é lógico. Não podemos passar ao lado dessa situação em concreto, de um governo que ainda não fez um ano e já teve todo este conjunto de casos. Não se pode dizer que seja normal", disse.

"Mas o nosso povo também tem memória do que significou o governo PSD/CDS. Não foi assim há tanto tempo", frisou o líder comunista, deixando claro que, apesar das críticas que faz ao Governo do PS, não quer abrir caminho a um novo governo de direita.

Sobre a visita efetuada hoje de manhã à Lisnave, em que se reuniu com a administração e com os trabalhadores, Paulo Raimundo disse que se trata de uma empresa com "capacidade instalada para aumentar a produção e com trabalhadores altamente especializados".

Paulo Raimundo disse ainda que a administração da Lisnave reconhece que esses trabalhadores fazem falta à empresa todos os dias e que merecem ser reconhecidos, mas considerou que "o discurso da empresa não corresponde à prática".

"Face aos números -- mais de 90% dos trabalhadores que aqui trabalham são de empresas contratadas e subcontratadas -, podemos dizer que essa preocupação não acompanha a realidade da prática", concluiu o líder comunista.

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