Saída de Jerónimo? "Nada vai mudar" no PCP, que "cava a sua irrelevância"

Luís Marques Mendes considerou a saída "uma grande surpresa", mas admite que "nada vai mudar na orientação" do PCP. Quanto ao próximo líder, Paulo Raimundo, "vai ter uma dificuldade enorme".

Notícia

© Global Imagens

Márcia Guímaro Rodrigues
06/11/2022 22:57 ‧ 06/11/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Política

Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes considerou, este domingo, que a saída de Jerónimo de Sousa da liderança do Partido Comunista Português (PCP), foi “uma grande surpresa” e que ninguém esperava que acontecesse “neste momento, assim tão rápido”. Contudo, acredita que "nada vai mudar na orientação" do partido, que está a "cavar a sua irrelevância".

No seu habitual espaço de comentário no Jornal da Noite, da SIC, antes de analisar a saída do ponto de vista político, o social-democrata fez questão de deixar uma observação pessoal: “Eu gosto muito de Jerónimo de Sousa, do ponto de vista pessoal. Nas ideias estamos quase nos antípodas. Nem ele gosta das minhas, nem eu das dele. Mas eu tenho uma grande admiração pessoal por Jerónimo de Sousa no ponto político pelas suas convicções, pela coragem de assumir as suas convicções. As convicções dele podem ser diferentes das minhas, mas eu admiro muito as pessoas que têm coragem de ter convicções”.

No entanto, reiterando a sua admiração pelo líder comunista, Marques Mendes considerou que a saída era “inevitável e tinha de ser”, uma vez que para o PCP “os últimos anos foram fatais” devido a “três erros” do partido: o “mau negócio” que foi a 'Geringonça'; o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 e a sua posição face à invasão russa na Ucrânia, já que o partido, “devido ao seu ódio pelos Estados Unidos e pela NATO, na prática, colocou-se ao lado da Rússia e do presidente Putin”.

Sobre a escolha de Paulo Raimundo para assumir o cargo de secretário-geral, o comentador considerou que “nada vai mudar na orientação do PCP”.

“Primeiro, no PCP manda muito mais o coletivo do que o líder. Segundo, é conhecido que Paulo Raimundo tem posições muito ortodoxas. Terceiro, já passou o tempo para o PCP, se quisesse mudar de orientação política. Já não tem alternativa: se mudar a sua orientação, vai-se descaracterizar; descaracterizando-se, vai perder; perdendo, vai cavar a sua irrelevância”, afirmou, acrescentando que o partido já teve oportunidade e “não quis mudar”.

Marques Mendes afirmou, contudo, que “este é o melhor momento para mudar de líder”, por ser o início da legislatura, que dará “tempo ao novo líder para se poder afirmar”. 

Paulo Raimundo, reconheceu o social-democrata, “vai ter uma dificuldade enorme” não só por “não ser conhecido no país”, mas também por não estar no Parlamento

“Acho que o PCP tem uma dívida eterna de gratidão para com Jerónimo de Sousa, porque Jerónimo de Sousa pela sua simpatia, pela sua honestidade, pela sua imagem de autenticidade e correção, ajudou o PCP em muitos momentos muito difíceis”, atirou.

PRR? Marcelo "tem razão, mas "puxão de orelhas" a Ana Abrunhosa "não parece muito correto"

O político comentou ainda o ‘aviso’ do Presidente da República à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, sobre não a perdoar se a taxa de execução dos fundos europeus não for aquela que este acha que deve ser. “Verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser. Nesse caso não lhe perdoo. Espero que esse dia não chegue, mas estarei atento para o caso de chegar”, afirmou, no sábado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na ótica de Marques Mendes, “o Presidente da República tem toda a razão em mostrar-se preocupado relativamente ao atraso nos fundos, como qualquer outra pessoa bem informada”. "Eu não sou Presidente da República e ando preocupado com esta matéria”, referiu.

No entanto, considerou que o “puxão de orelhas” à ministra da Coesão Territorial “não parece muito correto”, uma vez que “não é responsável da maior parte dos fundos e, sobretudo, daqueles mais importantes”.

O social-democrata deu ainda a sua perspectiva e afirmou que “se pudesse recomendar alguma coisa” ao Governo ou ao Presidente da República, seria: “Ainda estão a tempo de corrigir esta situação. Juntem-se à mesa, sobretudo com os responsáveis dos vários organismos e instituições. Vejam onde está o problema dos atrasos, quais são os constrangimentos. Falem uns com os outros e tentem encontrar uma solução”.

Leia Também: Ana Abrunhosa diz que "não há melindres" com o Presidente da República

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas