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PAN considera que reeleição de Bolsonaro "não será positivo" para Brasil

A porta-voz do PAN considerou hoje que uma eventual reeleição de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil na segunda volta das eleições "não será positivo" para o país, e espera debate sobre reformas estruturais.

PAN considera que reeleição de Bolsonaro "não será positivo" para Brasil
Notícias ao Minuto

14:10 - 03/10/22 por Lusa

Política Brasil

"A reeleição de Bolsonaro temos a consciência de que não será positiva para o Brasil, não obstante também os problemas que existem em torno de Lula da Silva, nomeadamente com os problemas dos processos de que foi alvo por matéria de corrupção. Apesar disso, não deixa de ser de facto uma preocupação verificar que Bolsonaro poderá ser reeleito e de alguma forma continuar a estagnar o Brasil, continuar a retroceder nos direitos humanos, em matéria de igualdade, da comunidade LGBTI, mas também dos povos indígenas", afirmou Inês Sousa Real em declarações à agência Lusa.

A líder do partido Pessoas-Animais-Natureza considerou que "há uma bipartidarização no Brasil que de alguma forma não tem sido positiva para o debate que o Brasil precisava de fazer em tono das reformas estruturais do país, nomeadamente no combate à pobreza, nos compromisso ambientais, em particular a não devastação da floresta amazónica".

"Aquilo que esperamos é que nesta segunda ronda possa existir espaço para debater aquilo que é o futuro do Brasil e do povo brasileiro e menos em ataques pessoais, em também uma agenda populista que temos visto ascender não só no Brasil mas também recentemente com o resultado eleitoral em Itália", defendeu.

Apontando que "o Brasil precisa de um momento de viragem", a deputada única do PAN disse esperar que, "no final do dia, a democracia saia vencedora e que haja a maior estabilidade e que, acima de tudo, haja debate sobre o futuro do Brasil durante estes dias até à segunda volta para decidir quem vai presidir ao Brasil".

Inês Sousa Real assinalou que o PAN não apoiou a candidatura de Lula da Silva, mas advogou que "o futuro do Brasil não passa por Bolsonaro".

"Temos neste momento uma uma grave crise socioeconómica no Brasil, 30 milhões falava-se ontem de pobres no Brasil, estamos a falar de um número muito significativo, a militarização não deixa de ser preocupante, o agronegócio, a devastação da Amazónia, e tudo isso pela mão de Bolsonaro", elencou.

E defendeu que "qualquer resultado seja no Brasil, seja em Itália ou em qualquer outro país, é fundamental para que a nível global" seja possível "ter um patamar de evolução e de progresso que não se coaduna com a eleição de forças populistas antidemocráticas".

Inês Sousa Real salientou também "o facto de Marina Silva ter sido eleita como deputada federal por são Paulo", referindo que "traz consigo uma agenda ecologista e também dos direitos sociais".

"Caso exista uma viragem no Brasil em que Lula da Silva venha a ser eleito, esperamos que Marina Silva consiga fazer uma influência nessa presidência para que o Brasil retome uma agenda ambientalista, retome uma agenda social que tem ficado para trás", salientou.

De acordo com os dados oficiais, Lula da Silva obteve 47,85% dos votos na primeira volta enquanto Jair Bolsonaro, o Presidente em exercício, teve 43,70%, quando estão contabilizadas 96,93% das secções eleitorais.

Com estes resultados, será necessária uma segunda volta, marcada para 30 de outubro.

Mais de 156 milhões de eleitores brasileiros foram no domingo chamados às secções de voto até às 17:00 de Brasília (21:00 em Lisboa), nas 577.125 urnas eletrónicas espalhadas por 5.570 cidades do país.

Às presidenciais brasileiras concorreram 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.

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