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"O que assistimos na inflação é um aumento brutal das desigualdades"

Pedro Filipe Soares frisou que "quer no setor da energia quer no setor da grande distribuição existe abuso".

"O que assistimos na inflação é um aumento brutal das desigualdades"
Notícias ao Minuto

23:42 - 10/08/22 por Beatriz Maio

Política Inflação

O presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, marcou presença, esta quarta-feira, na CNN Portugal, onde comentou, em conjunto com o deputado do PS Carlos Pereira, o novo pacote de medidas anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, para setembro.

Na sua opinião, as prioridades do pacote deveriam ser não só os "salários, os rendimentos das famílias e o controlo de preços", como a capacidade de "garantir que o Estado, que também vai arrecadar mais receita com a inflação, tenha maior capacidade em intervir nas desigualdades que são criadas".

O deputado do Bloco Esquerda (BE) frisou que "quer no setor da energia, quer no setor da grande distribuição, existe abuso", o que diz "estar a ser identificado", explicando que existem "indicações internacionais para controlar esta atividade económica, quer taxando retroativamente, quer garantindo o condicionamento das empresas na formação dos preços".

"O que assistimos na inflação é um aumento brutal das desigualdades porque toca muito mais a quem tem salários mais baixos e muito menos aos milionários", destacou o bloquista reiterando: "Enquanto a maioria do povo perde poder de compra, fica mais pobre, os milionários não sabem o que hão de fazer ao dinheiro e até arriscam fazer viagens ao espaço".

O deputado salientou que as organizações internacionais como a OCDE, o FMI ou a Comissão Europeia dizem que há abusos em setores económicos fundamentais que estão a fazer disparar a inflação e considera que, sobre isso, o Governo não tem feito nada.

O político esclareceu ainda que "os salários estão estagnados há pelo menos três anos na União Europeia (UE) e a inflação tem disparado ao longo deste período".

Já o deputado do Partido Socialista (PS) Carlos Pereira, defendeu que "aquilo que temos hoje é uma economia portuguesa que se está a mostrar resiliente apesar de todas as dificuldades" ao argumentar que "é preciso que o Governo faça aquilo que tem feito que é pacotes dirigidos de medidas".

Na ótica do socialista, é muito importante garantir "que os investimentos continuam a existir para que o crescimento económico continue a ser acima da média da UE, o que é determinante, e que haja a criação de emprego", apontando estas duas questões como "condições básicas para que os portugueses possam continuar a ter conforto na sua vida". 

Segundo António Costa, este novo pacote de medidas será adotado "para ajudar as famílias e as empresas", visto que, nas suas palavras, "com o prolongar da guerra, o impacto da inflação será mais duradouro do que o previsto".

De recordar que a taxa de inflação acelerou para 8,7% em junho, o valor mais elevado desde dezembro de 1992, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), em julho.

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