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Livre pede que Governo "reinvente" o país antes da adesão de países na UE

Na sua intervenção no debate parlamentar, Rui Tavares avisou que, caso Portugal suba nos índices europeus, isto será "uma mera ilusão estatística".

Livre pede que Governo "reinvente" o país antes da adesão de países na UE
Notícias ao Minuto

17:21 - 22/06/22 por Hélio Carvalho

Política Debate parlamentar

O deputado único do Livre, Rui Tavares, avisou na sua intervenção no regresso do Primeiro-ministro às perguntas dos deputados que, caso a Ucrânia e outros países adiram à União Europeia, Portugal não deve deixar-se atrasar e ficar a olhar para "ilusões estatísticas":

O líder do partido, que já foi eurodeputado pelo Bloco de Esquerda, antes da rutura com esse partido, começou por constatar que "Portugal tem um PIB per capita de cerca de 20 mil euros anuais", sendo que "a média da EU é mais de 30 mil anuais, mas a Ucrânia tem 40 milhões de habitantes com um PIB per capita de cerca de 3 mil euros anuais".

Rui Tavares avisou que, se "daqui a dez anos entrar a Ucrânia, a Moldávia e os Balcãs Ocidentais, já para não falar na Geórgia e quem sabe da Bielorrússia", o país passará magicamente para a frente nos índices europeus, o que não será necessariamente abonatório.

"Abracadabra: Portugal estará acima da mediana dos países da União Europeia em termos de PIB per capita. Terá acabado a conversa da cauda da Europa porque estaremos nessa altura firmemente ancorados nas costas da Europa! Com um bocadinho de sorte até teremos atingido a média da UE, esse objetivo há tanto perseguido. Será uma mera ilusão estatística", afirmou.

O deputado vincou que Portugal tem de se "reinventar" e salientou que estar na média europeia "terá exatamente zero efeito na pressão que os nossos jovens qualificados sentem para emigrar, pela simples razão que eles não se comparam com um critério abstrato, mas com a realidade nos países mais avançados da Europa".

Na resposta ao Livre, o primeiro-ministro recordou as passadas legislaturas do PS, vincando que o país deixou de estar em recessão ou abaixo da média da UE em 2016. "Lamento desiludi-lo mas tenho de recordar que desde o início do século XX, Portugal esteve 16 anos em recessão ou em divergência com a UE. Isso terminou em 2016, quando crescemos acima da média europeia", disse.

"Ao contrário do que a direita gosta de dizer, o país não empobreceu nos últimos seis anos", voltou a afirmar Costa, numa das várias intervenções em que recordou os problemas trazidos pela troika.

Rui Tavares elogiou, ainda que reticente, a posição de Portugal de apoiar o estatuto de candidato à adesão na União Europeia, por causa dos 'timings' entre debate parlamentar e a declaração de Costa e do Presidente da República. Mas o Primeiro-ministro desvalorizou, recordando as reuniões com os partidos na sexta-feira sobre o mesmo tema.

Leia Também: Rejeitar estatuto de candidato à UE seria dar "vitória moral" à Rússia

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