Joana Mortágua criticou, esta terça-feira, a proposta que está a ser analisada pelo Ministério da Saúde para penalizar os médicos de família e equipas pelas interrupções voluntárias da gravidez (IVG) realizadas pelas utentes da sua lista, tal como noticiou hoje o jornal Público.
Através de uma publicação divulgada no Twitter, a deputada do Bloco de Esquerda elogiou o exemplo de Portugal no acesso ao aborto e pediu que não “estraguem” este modelo, considerado que há “várias coisas erradas” na proposta feita pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e validada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Grupo de Apoio às Políticas de Saúde na área dos cuidados de saúde primários.
“Ler isto logo de manhã até me deixou tonta. Há tantas coisas erradas nesta ideia que espero que nem chegue a ser seriamente discutida. Portugal é exemplar no acesso ao aborto legal e gratuito, não estraguem por favor”, escreveu.
Ler isto logo de manhã até me deixou tonta. Há tantas coisas erradas nesta ideia que espero que nem chegue a ser seriamente discutida. Portugal é exemplar no acesso ao aborto legal e gratuito, não estraguem por favor. https://t.co/SK2IojL5ma
— Joana Mortágua (@JoanaMortagua) May 10, 2022
Recorde-se que em causa estão novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B (USF-B). A proposta define que as avaliações sejam feitas também em torno das IVG das utentes e da existência de doenças sexualmente transmissíveis nas mulheres (DST).
Segundo o Público, o Ministério da Saúde recebeu a proposta no ano passado e está a analisá-la.
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