"Quase totalitarista. Quem pensa de maneira diferente é chamado 'rato'"
Nuno Afonso, ex-chefe de gabinete do Chega na Assembleia da República, deu a sua perspetiva sobre a atual situação no partido: "Tenho mau feitio e eu não permito que tentem restringir as minhas liberdades".

© Reprodução/ Facebook

Política CHEGA
Nuno Afonso, ex-chefe de gabinete do Chega na Assembleia da República, foi entrevistado, este domingo, na SIC Notícias, e deixou duras críticas à liderança de André Ventura. Após a exoneração - que o líder do partido não justificou - o antigo responsável afirmou que esta aconteceu "simplesmente porque, se calhar, como ele [Ventura] diz, eu tenho mau feitio e eu não permito que tentem restringir as minhas liberdades".
"Lido muito mal com intimidações e com ameaças", apontou em seguida Nuno Afonso, assumindo a existência de uma relação tensa entre si e André Ventura.
Questionado sobre se considera concorrer à liderança do partido, o ex-chefe de gabinete referiu que tal "a curto prazo é impossível porque só há eleições daqui a quatro anos". "Honestamente, nunca pensei em candidatar-me à presidência do partido - fosse contra o André, fosse contra quem fosse. Estava focado no trabalho parlamentar, estou focado também no trabalho autárquico", explicou.
Contudo, atualmente, Nuno Afonso considerou "que o partido está com uma liderança um bocado à deriva" e "órfão dos ideais do princípio, da sua fundação". "Acredito que há uma crise ideológica muito grande no partido".
E acrescentou: "O partido, neste momento, tem estado a ser liderado de uma forma muito autoritária, quase totalitarista, em que quem pensa de maneira diferente é chamado de 'rato'. É uma situação em que não me revejo minimamente".
Para o antigo responsável, "todos os militantes merecem respeito" e "tem de haver pluralidade de opiniões num partido político". "Porque vivemos numa Democracia e eu não me revejo nesse tipo de atitudes", concluiu.
Recorde-se que o presidente do Chega confirmou, na passada sexta-feira, a exoneração do chefe de gabinete do grupo parlamentar, Nuno Afonso, limitando-se a afirmar que se tratou de uma "decisão política" que foi "falada com o próprio", sem mais explicações.
"Começando pelo caso da exoneração esta manhã do chefe de gabinete, do Nuno Afonso, eu não queria fazer grandes comentários sobre isso. É uma questão essencialmente política, posso dizer-vos que foi falada com o próprio ao longo das últimas duas semanas" pelo que não foi "uma decisão de surpresa", afirmou André Ventura.
Leia Também: Ventura confirma exoneração de chefe de gabinete (sem a justificar)
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