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Parlamento? Cecília Meireles espera ouvir "problemas de que ninguém fala"

A ex-deputada do CDS-PP argumenta que as 'novas caras' do Parlamento "podem fazer muita coisa", apesar da "tarefa exigente".

Parlamento? Cecília Meireles espera ouvir "problemas de que ninguém fala"
Notícias ao Minuto

23:42 - 29/03/22 por Daniela Filipe

Política XV legislatura

No rescaldo da tomada de posse do novo Parlamento e da eleição de Augusto Santos Silva enquanto presidente da Assembleia da República (AR), Cecília Meireles, ex-deputada do CDS-PP, considera que a ‘casa da democracia’ será “diferente do que foi nos últimos anos”, não só pela maioria absoluta do Partido Socialista (PS), como também pela afirmação de partidos anteriormente minoritários e pela saída de outros – como foi o caso do CDS-PP, que perdeu representação parlamentar nas eleições de 30 de janeiro. Apesar da “tarefa exigente”, a centrista adianta que as 'novas caras' do Parlamento “podem fazer muita coisa”, esperando desta nova composição parlamentar a discussão dos “problemas de que ninguém fala”.

“Vai ser um parlamento diferente do que foi nos últimos anos, por causa da questão da maioria absoluta. Isso muda muito. Há muitas negociações que foram feitas no Parlamento e que vão sair do Parlamento, ou que só estarão lá por vontade exclusiva do Governo e é evidente que, [nesse caso], o peso negocial das pessoas vai ser inferior”, começou por dizer Cecília Meireles, em declarações à CNN Portugal.

Para a centrista, contudo, as circunstâncias do atual Parlamento tornam “o trabalho mais exigente”, o que permite, ainda assim, que os novos deputados possam “fazer muita coisa”. “Em Portugal há muitos problemas de que ninguém fala e, portanto, é isso que espero ouvir num novo Parlamento”, complementou.

A centrista vai mais longe, recordando que as novas forças “foram muito focadas em determinados temas, como tinham de ser, [por terem] um deputado”. Agora, “com grupos parlamentares, têm muito mais hipótese”, pelo que a sua atuação na XV Legislatura será também “um teste à sua capacidade de trabalho", uma vez que se "era compreensível que uma só pessoa só se pudesse debruçar sobre algumas coisas, agora espera-se que se debrucem sobre tudo”.

“A possibilidade depende da vontade de quem lá está. Estes primeiros dias são sempre assim, [pautados por] discursos de circunstância, de marcação de território. No programa do Governo, e sobretudo no orçamento, é que vamos ver [as reformas], porque é nos orçamentos que se fazem as escolhas”, argumentou.

Cecília Meireles adiantou ainda que tanto o primeiro-ministro, António Costa, como o PS, saem “extraordinariamente fortalecidos”, temendo que o Governo seja “muito pouco aberto à sociedade civil” e “pouco reformista”.

“Resta saber o que é que vai fazer com essa força – se a vai usar para fazer reformas, ou se a vai usar para exercer poder. Acho que temos razão para temer o pior, porque [...] o que vi na formação do Governo foi a máquina do PS, em todas as suas vertentes”, esclareceu.

A ex-deputada, que abandonou a vida política após concluir o último mandato, revelou também ter sentido “muita nostalgia de não ver o CDS”, que perdeu representação parlamentar nas eleições Legislativas, e de não se ver a si mesma.

“Foram 12 anos [no Parlamento]. Fui eleita deputada em 2009 e estive pouco mais de um ano no Governo e, até agora, sempre lá. Mas isso foi uma decisão de vida que já tomei há algum tempo; é evidente que olho com saudade, mas também olho com curiosidade para a nova fase que está para vir. Agora, o facto de não ver o CDS no Parlamento causa-me uma enorme tristeza”, apontou, desejando, contudo, boa sorte ao Parlamento, que é “boa sorte para Portugal”.

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