O PCP assinalou esta segunda-feira o dia da árvore com uma declaração de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, onde reiterou "a necessidade de uma viragem nas políticas ambientais".
Em declarações à imprensa, Jerónimo de Sousa explicou que "só a salvaguarda do papel do Estado na conservação da Natureza, garantirá um caminho visando a defesa do meio ambiente, a valorização da presença humana no território, o seu ordenamento, com o aproveitamento racional dos recursos, criteriosas políticas de conservação da natureza", mencionando as "políticas de favorecimento do negócio do ambiente e penalização das camadas mais desfavorecidas".
O PCP defende que "a desresponsabilização" do Estado em matéria de ambiente "tem aberto as portas para a mercantilização da natureza", o que resultou em "consequências dramáticas", como a "falta de meios de gestão das áreas protegidas e das matas nacionais", que resultou em incêndios.
O partido comunista argumenta que "medidas urgentes para corrigir opções erradas continuam por tomar", como "a reconstituição do Corpo Nacional de Guardas Florestais, a criação e apoio a mais equipas de Sapadores Florestais ou o reforço de trabalhadores em falta, designadamente no ICNF".
Seca em Portugal
O PCP argumenta que "a demissão do Estado e o favorecimento da mercantilização da água e da Natureza permitiu que os detentores das barragens eletroprodutoras continuassem a esvaziar as barragens aproveitando a alta dos preços da energia".
Jerónimo de Sousa abordou a gestão da água, destacando "uma gestão concentrada na obtenção de lucro com consequências ambientais" e apontando os "evidentes os riscos de não existir controlo público do sector da energia e os riscos decorrentes da venda de barragens da EDP".
O partido reiterou que a situação do país "exige medidas urgentes", como "um Plano Nacional de prevenção estrutural dos efeitos da seca". Nas palavras do político, "um plano integrado das necessidades de utilização da água para fins múltiplos, com as adequadas e possíveis capacidades de armazenamento".
Para além deste plano, o PCP sugere a criação de "uma Estratégia Nacional de Segurança Hídrica" focada no "investimento público, controlo público dos recursos hídricos, mais meios públicos para gerir, monitorizar e planificar a gestão de recursos hídricos".
"Para isso são necessárias estruturas públicas com capacidade", disse Jerónimo de Sousa, acrescentando que "o uso da água não pode ser tratado na perspetiva da sua apropriação privada nem do seu comércio".
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