Pedro Nuno Santos. "Rui Rio deixava a TAP falir e abria outra ao lado"
O ministro das Infraestruturas respondeu ao líder do PSD, no Facebook, após este último ter dito o que faria à empresa caso fosse líder do Governo. "Mesmo tarde, felicito-o pela coragem", atirou Pedro Nuno Santos.
© Manuel de Almeida
Política Pedro Nuno Santos
Rui Rio, líder do PSD, revelou, esta sexta-feira, após uma visita a uma empresa, em Torres Novas, no distrito de Santarém, o que faria com a TAP caso vencesse as eleições do próximo dia 30: cumprirá o programa de financiamento, aprovado pela União Europeia, procurando, a seguir, encontrar um comprador.
Salientando que a TAP acumula prejuízos ao longo dos anos, que têm vindo a ser pagos "por impostos dos portugueses", Rio afirmou ainda que, com o "abanão fortíssimo" sofrido pela empresa devido à pandemia da Covid-19, teria optado pelo encerramento e, se houvesse interesse de privados, criar "ao lado, de raiz, uma companhia nova, como foi feito noutros países".
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que detém a 'pasta' da companhia aérea, reagiu, também ontem, nas redes sociais, às declarações do social-democrata: "Finalmente, Rui Rio veio a jogo dizer o que faria se fosse ele o primeiro-ministro quando a TAP precisou de auxílio público para sobreviver, por causa da pandemia - deixava a empresa falir e abria outra ao lado".
E mais: "Finalmente, Rui Rio sai da posição confortável da crítica, em que esteve nos últimos dois anos, e assume uma posição. Mesmo tarde, felicito-o pela coragem", acrescentou o governante.
Em seguida, Pedro Nuno Santos explicou o que, na sua ótica, "significa esta solução" apresentada pelo líder do PSD. "Um candidato a primeiro-ministro assume publicamente fazer aquilo que, infelizmente, muitos empresários em Portugal sofrem na pele: um devedor encerra a sua empresa, não paga o que deve aos credores e abre outra empresa ao lado, com outro nome, para continuar o mesmo negócio", fez questão de apontar.
Solução de Rui Rio é que a TAP, empresa com 50% de capital público, 'enfiasse' um calote
Para o ministro das Infraestruturas, tal trata-se de um "triste exemplo que dá a quem não é sério no mundo empresarial". "Portanto, a solução de Rui Rio é que a TAP, empresa com 50% de capital público, 'enfiasse' um calote a todos os credores, incluindo empresas portuguesas e cidadãos nacionais que tinham obrigações da própria TAP", considerou Pedro Nuno Santos, asseverando que "um homem que pensa assim não pode ser primeiro-ministro".
Itália ficou com "Alitaliazinha". "Portugal continua com uma TAP"
Noutro ponto da 'explicação', o governante puxou pelo facto de Rui Rio ter invocado "casos de outros países para justificar a sua opção". "Vamos então ao mais recente: o encerramento da Alitália".
"O governo italiano já tinha injetado 900 milhões de euros na Alitalia quando decidiu fazer o que Rui Rio sugeriu para a TAP", começou por recordar, ressalvando, em seguida, que o Estado Italiano acabou por "perdeu os 900 milhões de euros que já tinha injetado na Alitalia e ainda terá de injetar 1350 milhões na nova companhia aérea ITA".
Neste seguimento, Pedro Nuno Santos considerou: "Portanto, 2.250 milhões de euros para ficarem com uma Alitaliazinha. Portugal continua com uma TAP".
Em conclusão, o ministro cumprimenta "Rui Rio por ter tido a audácia de dizer o que teria feito como primeiro-ministro, mas fica claro o seu nível de impreparação para o cargo".
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