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TAP: Reestruturação revela "falta de empenho do Governo" para com o Norte

O líder do Chega considerou hoje que o plano de reestruturação da TAP, que assume o aeroporto de Lisboa como único 'hub' da companhia no país, "é revelador da falta de empenho do Governo em reconhecer o Norte".

TAP: Reestruturação revela "falta de empenho do Governo" para com o Norte
Notícias ao Minuto

17:59 - 28/12/21 por Lusa

Política TAP

"Ao contrário do que tinha sido prometido, o plano de reestruturação nunca menciona a importância estratégica do Norte, que era uma exigência legítima que o Norte e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tinham há muito tempo. E volta a deixar como única preocupação o Aeroporto de Lisboa e os 18 cortes nas faixas horárias no Aeroporto de Lisboa", afirmou André Ventura.

Para o deputado, isso é "revelador da falta de empenho do Governo português em reconhecer a importância do Norte, mas também como Bruxelas tem deixado a região Norte", estendendo-se à "Eurorregião Galiza-Norte, como marginal".

O líder do Chega prestava declarações aos jornalistas no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, onde entregou um carta de protesto, dirigida à administração da TAP, contra prioridade dada pela companhia aérea ao 'hub' de Lisboa, em detrimento do Porto.

As críticas surgem depois de a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, ter afirmado, em entrevista ao Público, que o Porto "nunca será" um segundo 'hub' para a companhia aérea.

O documento entregue hoje denuncia "esta falha que se vai pagar caro no futuro de deixar o Norte para trás em termos de reestruturação da TAP, mas também que é uma falácia dizer-se que este plano de reestruturação é bom para o país e não gera desemprego -- é mau para o país e vai gerar desemprego e a destruição a prazo desta companhia".

Para André Ventura, dizer que este acordo "não vai ter impacto na companhia é não compreender o que está em causa".

E detalhou: "quando se reduzem 18 horários, cerca de 5% a 7% das faixas horárias que a TAP tem, quando se reduz o investimento em companhias como a Groundforce e outras, isto vai ter um impacto a nível de recursos humanos muito significativo, e na própria dimensão da companhia".

"Não compreendo como estamos a injetar ainda esta semana mais centenas de milhões de euros na TAP e ela servir apenas para uma região e não servir todas as outras regiões do país", frisou.

O ministro das Finanças, João Leão, anunciou na passada quinta-feira que a TAP vai receber esta semana uma injeção de cerca de 530 milhões de euros, depois de Bruxelas ter dado 'luz verde' ao plano de reestruturação da transportadora.

Ventura referiu que "o parlamento teve uma oportunidade de chamar a si o debate" e "não quis que o plano de reestruturação fosse debatido em plenário".

"Foi um erro que todos estamos a pagar caro", considerou.

Por isso, admitindo que, "agora com o acordo assinado e aprovado em Bruxelas, será mais difícil", deixou a promessa de levar o assunto à Assembleia da República.

"Se nos demitimos de o fazer na última legislatura, o que quero aqui garantir é o seguinte: a força que o Chega tiver na próxima legislatura, uma das primeiras iniciativas que vai fazer é chamar o responsável pelas infraestruturas e levar o plano de reestruturação da TAP novamente à discussão parlamentar, onde queremos destacar a importância que o Norte tem de ter", concretizou.

O Chega "entende que é preciso não deixar morrer a TAP", mas "tem de ser uma TAP para servir o país inteiro, não apenas uma região, e que seja efetivamente operacional, e não a fazer de conta que é importante".

Ventura apontou para o caso da companhia aérea alemã Lufthansa, que "também recebeu apoios do Estado", mas "já devolveu ao Estado" e realçou que "em nenhum momento se encontra no acordo da TAP quanto é que tem de devolver o dinheiro", temendo que a empresa se transforme num "novo Novo Banco".

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