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Casos como o de Manuel Pinho "minam a confiança das pessoas na justiça"

Marques Mendes considera a falta de explicações de Manuel Pinho "um exercício inadmissível de arrogância".

Casos como o de Manuel Pinho "minam a confiança das pessoas na justiça"
Notícias ao Minuto

23:58 - 19/12/21 por Notícias ao Minuto

Política Marques Mendes

Luís Marques Mendes usou, este domingo, o seu espaço de comentário semanal, na SIC Notícias, para analisar um dos casos que marcou a semana no que à justiça diz respeito - o caso do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho.

Para o comentador, existem sobretudo "duas questões políticas" sobre este processo. A primeira está relacionada diretamente com Manuel Pinho e a segunda com a justiça portuguesa no geral.

Manuel Pinho não desmente que, enquanto foi ministro, recebia do Grupo Espírito Santo, ou seja do grupo de Ricardo Salgado, cerca de 15 mil euros por mês”, o que é, na ótica de Marques Mendes, um "facto grave". “Gera uma suspeita de promiscuidade entre o Estado e um grupo privado, uma suspeita de dependência, uma suspeita de favor".

Segundo o social-democrata, Manuel Pinho enquanto antigo ministro, "já há muito tempo" devia ter dado explicações, na medida em que “tem responsabilidades políticas". Ao não fazer isso, "comporta-se como Sócrates”, refere, acrescentando que se trata ainda de um "exercício inadmissível de arrogância".

Por fim, o conselheiro de Estado considerou que o facto de este tipo de processos judiciais mediáticos se arrastarem durante tanto tempo "mina a confiança das pessoas na justiça”. 

"O mais sério é que há uma parte enorme da Justiça que funciona bem e que tem bons resultados, até em matéria de celeridade, e, meia dúzia de processos mediáticos com que a Justiça não sabe lidar está a minar o resto", rematou, concluindo que isso afeta também o plano político, pois dá "força aos partidos radicais".

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