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"Até alguém que se comporta como um patife tem direito à dignidade"

Detenção de João Rendeiro foi um dos temas do comentário de Luís Marques Mendes. "Acho que é uma espécie de prenda de Natal. Uma prenda de Natal que, por um lado, a Polícia Judiciária dá a si própria, dá à Justiça em geral e dá ao país. A Polícia Judiciária está de parabéns: foi competente em tudo", considerou o social-democrata.

"Até alguém que se comporta como um patife tem direito à dignidade"
Notícias ao Minuto

22:41 - 12/12/21 por Notícias ao Minuto

País Luís Marques Mendes

A detenção de João Rendeiro, ocorrida este sábado na África do Sul, foi um dos temas do habitual espaço de Luís Marques Mendes, na SIC Notícias, este domingo. O comentador começou por mencionar a imagem "muito forte" - que circulou em meios de comunicação social, esta tarde - do momento em que o ex-banqueiro foi 'apanhado', ainda de pijama e com a barba por fazer. 

"É a única parte em que eu tenho uma censura aqui a fazer. Não sei quem divulgou essa imagem, não sei se foi a Polícia Judiciária, não faço ideia se foram as autoridades sul-africanas, não sei. Mas acho que quem fez esta divulgação não o devia ter feito", apontou o social-democrata. 

O Conselheiro de Estado sublinhou que "várias vezes" tinha dito no seu comentário e "volta a repetir" que "João Rendeiro, em todo este processo, se portou como um patife completo". "Com descaramento, um desplante total. Mas acho até alguém que se comporta como um patife tem direito à dignidade e não merece ser achincalhado nem humilhado. E acho que essa fotografia tem apenas esse objetivo. Não havia necessidade disso", opinou. 

Quanto aos "aspetos positivos" da questão, Luís Marques Mendes disse pertencer ao "conjunto de pessoas que pensa que esta operação foi um grande sucesso e que só merece ser elogiada". "Acho que é uma espécie de prenda de Natal. Uma prenda de Natal que, por um lado, a Polícia Judiciária dá a si própria, dá à Justiça em geral e dá ao país. A Polícia Judiciária está de parabéns: foi competente em tudo".

O caso foi uma prenda antecipada para a "Justiça em geral", porque esta "não tinha saído bem na fotografia quando foi a fuga". E foi "bom para o país" e para a "autoestima nacional", uma vez que os portugueses "levaram quase um murro no estômago" pela fuga e, agora, "têm orgulho na operação". 

Já sobre o próprio João Rendeiro, o ex-líder do PSD considerou que, o antigo banqueiro "provou, uma vez mais, que é o máximo do descaramento". "Já sabíamos que ele tinha tido o máximo do desplante nos crimes que cometeu, na fuga, na forma arrogante e exibicionista como se apresentou" e, mesmo agora, "este homem, para além de estar a ostentar um grande luxo, mostrou o seu lado de convencimento e cinismo", frisou. 

"Só este homem é que podia pensar que, no tempo global em que vivemos, com a cooperação judiciária e policial que existe, que ia ficar indefinidamente a fugir às autoridades", afirmou Marques Mendes, acrescentando que "só um homem que se acha acima de tudo e de todos, convencido, é que acha que fugia". 

"Acho que Rui Rio foi muito infeliz"

Quando questionado sobre a posição revelada por Rui Rio sobre a detenção de Rendeiro - recorde-se que o presidente do PSD escreveu, no Twitter, que "o azar" do ex-banqueiro "foi haver eleições em janeiro" -, o Conselheiro de Estado, no seu espaço dos domingos, foi taxativo: "Não faz sentido nenhum". 

"Acho que Rui Rio foi muito infeliz e, além de infeliz foi injusto e não tem grande autoridade para fazer esta crítica. [...] Foi muito infeliz porque é de quem não percebe que os tempos da Justiça são diferentes dos tempos da política", vincou.

E mais: "Esta operação foi desencadeada pela Polícia Judiciária antes da dissolução da Assembleia da República. Antes da crise política." 

De lembrar que fonte da polícia sul-africana disse à Lusa que o ex-banqueiro será ouvido num tribunal de Durban na segunda-feira. João Rendeiro, que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva, num processo por crimes de burla qualificada, estava no estrangeiro e em parte incerta, fugido à justiça.

Leia Também: Detenção de Rendeiro? "A Justiça portuguesa não desistiu"

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