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"Plano B" do PS será "bloco central, formal ou informal"

A coordenadora do BE avisou hoje que o "plano B" do PS, caso não consiga maioria absoluta nas legislativas, será um "bloco central, formal ou informal", defendendo que o reforço da esquerda travará "a derrapagem para o pântano político".

"Plano B" do PS será "bloco central, formal ou informal"
Notícias ao Minuto

18:19 - 27/11/21 por Lusa

Política Legislativas

No encerramento do encontro nacional do BE, que aprovou na generalidade o programa eleitoral com o qual o partido se apresenta às eleições legislativas de 30 de janeiro, a líder bloquista, Catarina Martins, defendeu que "a chave para desbloquear Portugal reside na força da esquerda".

"Se a maioria absoluta é o plano A do PS, o seu plano B parece ser um bloco central, formal ou informal. Essa deriva indica que, para se manter no poder e continuar a bloquear as respostas necessárias ao SNS ou à estagnação salarial, António Costa estará disponível a sentar-se à mesa com Rui Rio ou Paulo Rangel para entendimentos cujo significado na vida das pessoas depois de janeiro se conhecerá", argumentou.

Na perspetiva de Catarina Martins, "se o país já não suporta mais os anúncios sempre repetidos e sempre inconsequentes, seguramente dispensa um acordo de bloco central que impeça qualquer mudança".

"O país conhece os perigos de maiorias absolutas como as que viveu com Cavaco Silva ou José Sócrates. E sabe que uma viragem para um bloco central, só pode traduzir-se num regresso à agenda privatizadora, a começar pelos serviços públicos", alertou.

Para a bloquista, "é o reforço da esquerda que trava a derrapagem para o pântano político e para a estagnação social".

A coordenadora bloquista acusou ainda o PS de ter feito uma "viragem política" quando recusou o acordo com o BE a seguir às legislativas de 2019 que, "além de enterrar a geringonça, abriu uma rota de aproximação à direita".

Catarina Martins afirmou que a "esquerda é responsável por apresentar o seu projeto transformador", o que considerou ser uma "condição de esperança, da abertura de horizontes e de mobilização".

"Sem esse projeto transformador, só restará o ressentimento, e há quem se queira empoleirar no ressentimento para fazer o seu caminho", avisou.

Saúde, salário, pensões, clima e justiça constituem aquilo que a líder do BE apelidou como "as raízes da esquerda", que estarão também no base dos "compromissos claros" do programa eleitoral às legislativas hoje aprovado na generalidade pelos 400 bloquistas que estiveram reunidos no encontro nacional.

"Este programa aprende com o passado e responde às exigências do presente. Não ignoramos nem esquecemos nenhum dia dos últimos anos: a esquerda não esquece o ciclo da austeridade que a direita e a troika impuseram ao nosso povo; a esquerda sabe que foi a sua força que permitiu recuperação da dignidade de quem trabalha; e sabe que a legislatura agora interrompida foi marcada pela estagnação nas principais áreas da vida do país", afirmou

Entre as linhas programáticas que Catarina Martins elencou, destaque para uma "proposta inovadora" do BE, a criação de um Serviço Nacional de Cuidados, e que foi apresentada pelo deputado José Soeiro e, depois, aprovada pelos aderentes.

"Foi um erro entregar aos privados toda a resposta social; o Estado tem a obrigação de cuidar. Propomos por isso a criação de um Serviço Nacional de Cuidados, que inclua lares, creches, apoio domiciliário e outras respostas qualificadas de cuidado, que não tenha como resposta predominante a institucionalização, que respeite o direito à vida independente das pessoas com deficiência e garanta apoio devido aos cuidadores informais", explicou.

O documento programático e os seus contributos foram aprovados no final do encontro e, para domingo, está marcada uma Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções, que fará a "discussão e votação do documento final de programa eleitoral", bem como a aprovação das listas de deputados às eleições legislativas antecipadas.

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