"PS aspira a fazer mais do mesmo: Reduzir o peso do BE e do PCP"
António Lobo Xavier fez uma análise da situação política atual, enfatizando que a estratégia do Partido Socialista é chegar à maioria absoluta.
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Lobo Xavier considera que "o PS aspira a fazer mais do mesmo", ou seja, "reduzir o peso do Bloco de Esquerda e do PCP". "Obviamente, deseja a maioria absoluta. Não sabe se consegue. Mas o seu grande objetivo é que os partidos que fizeram com que o OE não passasse percam eleitorado transferido para o PS", analisou o centrista, numa análise à situação política, no programa 'Circulatura do Quadrado', na TVI.
No entender do comentador, para o primeiro-ministro é "muito fácil falar de coligações" e vai, por isso, piscar o olho quer à Direita quer à Esquerda.
"António Costa vai querer mostrar simpatia" para com os antigos parceiros de Geringonça e "vai ressuscitar a frase: 'mesmo que eu ganhe com maioria absoluta, vou sempre negociar com a Esquerda'".
Mas, ao mesmo tempo, "não pode descurar o centro e as relações com o PSD, porque há uma possibilidade de o PS ganhar não tanto como gostaria e ter de fazer um governo e ser-lhe difícil ter um acordo com o PCP e com o Bloco".
No entender de Lobo Xavier, um acordo com os partidos à Esquerda do PS pode ser difícil pelo "fator Bruxelas".
"O país, a governação e as finanças públicas andaram bastante fora do radar durante a pandemia, mas já estão outra vez no radar. (...) O discurso de António Costa, na Assembleia da República, a explicar por que razão não podia responder às exigências do Bloco e do PCP é um discurso de centro, de razoabilidade, de equilíbrio e de preocupação com a economia", analisou, frisando que o discurso voltado para o centro não surgiu por acaso.
"Bruxelas está aí, está a controlar a aplicação dos fundos, a verificar os cumprimentos das metas relacionadas com a orçamento e com a dívida (...) António Costa não tem nenhuma vontade de regressar ao radar para ser verificado se está prisoneiro dos radicais ou não", analisou.
Se para o PS é fácil fazer coligações, porque foi poder nos últimos seis anos, para o PSD já não é assim, defende Lobo Xavier. Com Rio ou com Rangel, "o PSD tem de crescer contra o PS" e, portanto, "não pode cair na armadilha de, desde o primeiro momento, começar a dizer que vai fazer acordos com o PS".
Depois do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 na Assembleia da República, o Presidente da República anunciou a dissolução do Parlamento, convocando eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro de 2022.
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