"Em termos gerais, é talvez o Orçamento mais à Esquerda dos últimos anos"
Luís Marques Mendes comentou, no seu espaço habitual na SIC, que "se houver um chumbo deste Orçamento, a alternativa é uma crise e eleições antecipadas". "O PCP ou alguém no país tem alguma coisa a ganhar com isso? [...] Se decidir de uma forma racional o Orçamento passa; se for de uma forma irracional, o Orçamento chumba", dissertou.
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Política Luís Marques Mendes
Como não poderia deixar de ser, o 'impasse' nas negociações e na viabilização do Orçamento do Estado para 2022 - assim como a crise política que pode advir de um eventual 'chumbo' do documento -, foi tema central no habitual comentário semanal de Luís Marques Mendes, na SIC. O ex-líder do PSD acredita, fez saber, que o PCP vai viabilizá-lo.
"O PCP, amanhã, vai anunciar, em princípio, o seu sentido de voto. [...] Se o PCP decidir em função de critérios racionais, vai-se abster no Orçamento, vai viabilizá-lo, e não há crise política. Se o que prevalecer for a irracionalidade, então vamos ter o chumbo do Orçamento e vamos ter uma crise política e, pela primeira vez em Portugal, um Orçamento chumbado", começou por destacar.
Neste seguimento, Marques Mendes admitiu que o PCP "vai ser racional". E deu exemplos: "Pensões de reforma; o PCP tem uma grande vitória aqui. Foi o PCP que conseguiu que cerca de 80% dos pensionistas vão beneficiar de um aumento extraordinário das pensões" e "foi o PCP que conseguiu que este aumento extraordinário comece já em janeiro e não só em agosto como previa o Governo".
Imaginando que o Orçamento 'chumba', o comentador dissertou que os pensionistas que estão à espera do aumento não o irão ter e ficarão "a ver navios". "E então dizem: o PCP chumba este Orçamento que é positivo para nós? Acho que isto era um tiro no pé monumental, isto era suicídio. Então o PCP luta por esta vantagem e depois isto não chega ao bolso das pessoas? Não seria compreensível, não era racional".
Já quanto à Saúde, Marques Mendes vincou que o OE2022 tem "verbas reforçadas" para este setor e é "muito generoso". Mas se não passar, na opinião do social-democrata, o PCP e os outros partidos que reivindicaram mais verbas, pergunta-se: "Então querem mais dinheiro para a Saúde e chumbam o Orçamento? Não era racional".
Defendendo que, "em termos gerais, é, talvez, o Orçamento mais à Esquerda dos últimos anos", Marques Mendes disse que "quem se pode queixar é a Direita". "As empresas não são propriamente muito estimuladas e apoiadas com este Orçamento. É um documento que não aposta muito na criação de riqueza, mas aposta muito na distribuição de rendimentos", considerou.
Assim, "se o PCP viabilizou o Orçamento do ano passado que não era socialmente tão arrojado e ambicioso como este, como é que vai chumbar este?", questionou. E qual é a alternativa? "Se houver um chumbo deste Orçamento, a alternativa é uma crise e eleições antecipadas. O PCP ou alguém no país tem alguma coisa a ganhar com isso? [...] Se decidir de uma forma racional o Orçamento passa; se for de uma forma irracional, o Orçamento chumba".
Para segunda-feira às 12h00 está marcada uma conferência de imprensa do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que apresentará o resultado do Comité Central, cuja ordem de trabalhos é a análise da "situação política e social" do país.
Recorde-se que após a reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE), este domingo, a coordenadora do partido, Catarina Martins, fez uma declaração aos jornalistas onde deixou em aberto as negociações com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2022 até quarta-feira. No entanto, deixou um 'aviso': o BE "votará contra" o documento se o "Governo insistir em impor recusas".
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