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Daniel Adrião critica estratégia da direção do PS de "isolar" PSD de Rio

O dirigente socialista Daniel Adrião, da ala minoritária do PS, criticou hoje a estratégia da direção do seu partido de isolar o PSD de Rui Rio, ficando só com o PCP e Bloco de Esquerda como interlocutores.

Daniel Adrião critica estratégia da direção do PS de "isolar" PSD de Rio
Notícias ao Minuto

23:36 - 22/10/21 por Lusa

Política OE2022

Esta posição foi transmitida por Daniel Adrião na reunião da Comissão Política Nacional do PS, em Lisboa, que se destina a fazer uma avaliação do processo negocial entre Governo, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN para a viabilização do Orçamento do Estado para 2022.

Daniel Adrião começou por referir que foi defensor da chamada Geringonça em 2015 e considerou nessa altura que um entendimento com os partidos à esquerda do PS "era fundamental para libertar o país do rolo compressor da direita ultraliberal e antissocial e para virar a página da austeridade cega".

"Neste momento, julgo que o PS se deve questionar se a política de alianças de exclusividade com os partidos à sua esquerda foi de facto a melhor estratégia. E também considero que a estratégia que foi seguida de isolamento de Rui Rio e de recusa sistemática de diálogo com o ainda líder do PSD, que mostrou em vários momentos abertura para negociar com o PS em diversas áreas, não foi a decisão mais avisada", sustentou.

O dirigente socialista advogou depois que essa estratégia "conduziu o PS a um beco sem saída, impondo como interlocutores únicos o PCP e o Bloco de Esquerda e ficando à sua mercê, como agora se vê".

"E a estratégia de ostracização de Rui Rio conduziu a quê? Agora como vemos a alternativa a Rui Rio é o regresso da velha direita ultraliberal passista e cavaquista. E eu pergunto: se a democracia portuguesa fica mais bem servida? Não, fica muito pior", defendeu.

Daniel Adrião recorreu ainda à história recente para referir que os orçamentos dos governos de António Guterres foram viabilizados pelo PSD.

"E não foi por isso que deixaram de ser governos com uma forte marca social. Esta é uma lição que julgo que fica para o futuro", completou.

Em relação às últimas eleições autárquicas, Daniel Adrião classificou como errada "a ideia de que basta apresentar obra para ganhar eleições".

"Essa foi uma ilusão em que muitos autarcas incorreram. Efetivamente não basta ter obra, é fundamental que essa obra seja percecionada positivamente e apropriada pelas pessoas. E o que aconteceu em várias situações é que a obra foi feita umas vezes contra as pessoas e outras vezes apesar das pessoas", declarou, com o ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina também presente nesta reunião da Comissão Política do PS.

Daniel Adrião criticou ainda "a forma como foram geridos muitos processos de escolha" de vários candidatos autárquicas no PS.

"Cada vez mais se torna evidente que temos de envolver as bases do partido nos processos de seleção dos candidatos. Temos de envolver os militantes e os simpatizantes, porque a sua participação é fundamental para que as decisões ganhem uma legitimação que seja reconhecida pela base social do partido e pelos cidadãos. E a realização de primárias é indiscutivelmente a melhor forma de conquistar essa legitimação reforçada", acrescentou.

Leia Também: Rio recandidata-se perante adversário com "pior resultado" do PSD

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