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Costa reúne-se hoje com PCP e BE. E sem "linhas vermelhas", garante

O primeiro-ministro vai participar hoje em reuniões com PCP e BE sobre Orçamento do Estado para 2022 e afirmou que o Governo está a negociar "com toda a abertura", incluindo matérias extra orçamentais, e sem "linhas vermelhas".

Costa reúne-se hoje com PCP e BE. E sem "linhas vermelhas", garante
Notícias ao Minuto

13:48 - 19/10/21 por Lusa

Política OE2022

"Eu nunca defino linhas vermelhas. Procuro sempre encontrar linhas verdes para o caminho que há a seguir. E, como diz a canção do Jorge Palma, enquanto há caminho para andar vamos continuar a caminhar", afirmou António Costa aos jornalistas, à saída do Panteão Nacional, em Lisboa.

Questionado se acredita que a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 será viabilizada, o primeiro-ministro reiterou que confia "na racionalidade das pessoas".

"A única coisa racional é viabilizarmos um Orçamento e podermos prosseguir esta trajetória de recuperação", defendeu. "O que seria absolutamente irracional era, depois de um drama terrível que temos vindo a viver com a pandemia, juntarmos agora dramas políticos. Depois da terrível crise económica que tivemos, criar agora uma crise política. Isso não seria racional", acrescentou.

Segundo o primeiro-ministro, "não é fácil, mas também não foi fácil no ano passado, nem nos anos anteriores" chegar a um entendimento, porque naturalmente cada partido "tem as suas prioridades políticas, tem as suas propostas".

"O que é preciso é razoabilidade, bom senso, sentido de equilíbrio. E é isso que nos tem permitido melhorar muito a situação do país", considerou.

António Costa declarou que o Governo tem "toda a abertura" para "discutir outros temas extra orçamentais, que têm sido colocados por outros partidos, que não têm propriamente a ver com o Orçamento", como "o estatuto do SNS e a agenda do trabalho digno".

"Temos toda a disponibilidade para o fazer, e é por isso que está na agenda das negociações e que o Conselho de Ministros aprovará na quinta-feira para debate público", assinalou.

"Alargámos a mesa negocial a outras temáticas", frisou, situando atualmente o processo de negociações numa "segunda fase, entre a apresentação da proposta de lei e a votação na generalidade", agendada para 27 deste mês, confiante de que "haverá sempre uma terceira fase".

Interrogado sobre as reuniões com PCP e BE, respondeu: "Participarei hoje pessoalmente nesta ronda negocial, que já foi iniciada em julho".

"Não costumamos divulgar o calendário das negociações. Há múltiplas sessões de trabalho que se realizam a a diversos níveis, a um nível mais técnico, a um nível mais político. Hoje reunirei quer com o BE quer com o PCP. Ainda ontem [segunda-feira] à noite o PAN esteve reunido com senhor ministro das Finanças", referiu.

O primeiro-ministro, que falava no final da cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional ao antigo cônsul português Aristides de Sousa Mendes, adiantou que, antes ou depois de regressar do Conselho Europeu em Bruxelas, irá também reunir-se com PEV e PAN.

À saída do Panteão, António Costa falou durante meia hora aos jornalistas, principalmente sobre as negociações do Orçamento, sem se pronunciar sobre a possibilidade de eleições antecipadas.

"Se eu digo que confio na razoabilidade, não vou estar aqui a pôr em causa à partida a razoabilidade dos outros", justificou, quando a comunicação social o interrogou sobre esse cenário.

Depois, mencionou que "quem de direito, que é senhor o Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa, "já definiu à partida qual é a que ele entende que é a consequência necessária" de uma reprovação do Orçamento: dissolução do parlamento e convocação de eleições legislativas antecipadas.

"Obviamente, sendo a solução mais radical das várias possíveis, é necessário fazermos todos um esforço acrescido para que se evite uma complicação dessas", insistiu.

O primeiro-ministro apelou a que se evite "traçar linhas vermelhas e impor condições e fazer ultimatos" nas negociações do Orçamento, pedindo "razoabilidade, bom senso, sentido de equilíbrio" e "descrispação, foco naquilo que é fundamental".

"Se todos estivermos com espírito construtivo, tal como temos conseguido fazer desde 2016, continuaremos a disponibilizar a Portugal e aos portugueses um bom Orçamento ajustado a estes tempos que nos permita a recuperação económica, a melhoria dos rendimentos das famílias, melhores serviços públicos, e contas certas -- o que é absolutamente fundamental, porque sem contas certas também não há futuro para ninguém", sustentou.

Leia Também: OE pode "melhorar", mas viabilizá-lo é "racional". Costa pede "bom senso"

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