Portalegre. Câmara liderada por independentes cobiçada por 4 candidaturas
Em tempos conhecida como a "cidade operária" do Alentejo, Portalegre está a ser 'cobiçada' por PS, PSD/CDS-PP, CDU e Chega, que querem conquistar a câmara municipal, agora liderada por independentes, nas eleições autárquicas deste ano.
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Política Autárquicas
A presidente da Câmara de Arronches (Portalegre), Fermelinda Carvalho (PSD), que está a cumprir o terceiro e último mandato nesse município, foi a primeira a ser anunciada à autarquia da capital de distrito, numa corrida que vai fazer em coligação com o CDS-PP.
O deputado Luís Moreira Testa, pelo PS, foi o segundo a colocar-se na 'linha de partida' para a luta pela Câmara de Portalegre, liderada por Adelaide Teixeira, que está a cumprir o segundo mandato, eleita pelo movimento Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP).
Após terem sido conhecidos os dois primeiros candidatos, o cabeça de lista da CDU, o médico Hugo Capote, e o médico veterinário aposentado Luís Lupi, pelo Chega, foram os nomes a surgir na corrida eleitoral até ao final da primeira semana de junho.
A maior incógnita, nesta altura, é sobre a própria presidente da câmara. Desconhece-se ainda se vai ou não a jogo nas eleições, embora essa vontade já tenha sido manifestada por Adelaide Teixeira, em reuniões que têm decorrido pelo país sobre o processo eleitoral autárquico, com outros autarcas independentes.
Com um tecido empresarial débil, após o fecho de várias fábricas, nas últimas duas décadas, ter condicionado o seu desenvolvimento económico e social, Portalegre vive agora com algumas interrogações quanto ao seu futuro político.
O executivo municipal é composto por três eleitos da CLIP, dois do PS, um do PSD e outro da CDU (PCP/PEV). Aguarda-se que os partidos com assento na câmara divulguem mais nomes que vão incorporar nas suas listas.
Pelo histórico eleitoral, é também esperado o anúncio de um candidato do BE. Não são, por outro lado, conhecidas movimentações que indiciem o surgimento de outro movimento independente entre as candidaturas, além da CLIP.
Com 22.266 residentes, em 2019, segundo a Pordata - Base de Dados Portugal Contemporâneo, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, o concelho de Portalegre, no Alto Alentejo, vive essencialmente dos serviços e da agricultura.
As instituições de solidariedade social e a câmara municipal, uma das principais entidades empregadoras, também têm um papel relevante.
Depois de, ao longo dos últimos anos, ter praticamente desaparecido a autoproclamada "cidade industrial", resta hoje a Portalegre a esperança de manter em funcionamento o centro de formação da GNR e as três escolas do instituto politécnico.
O epicentro do espelho da desertificação e da falta de pessoas para dar vida à cidade está na emblemática Rua do Comércio. Nesta extensa e íngreme artéria, as informações na maioria das montras indicam que as lojas estão para vender, trespassar, alugar ou, simplesmente, já encerraram.
De acordo com a Portadata, o concelho, com 447 quilómetros quadrados, tinha 27,2% da população com 65 ou mais anos em 2019.
Já a base de dados estatísticos EyeData, uma parceria entre a agência Lusa e a Social Data Lab, indica que em 2018 o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem neste concelho era de 1.003 euros, abaixo da média nacional (1.168,42 euros).
Em 2019, segundo o portal, o concelho tinha 5,30 médicos por mil habitantes, ligeiramente abaixo do valor do país (5,39).
Sem ligação direta por autoestrada e com uma estação de comboios a mais de 10 quilómetros da cidade, Portalegre continua com o futuro 'adiado' e aguarda a criação de mais emprego para acolher mais pessoas no território.
É este o cenário, com a serra de São Mamede como pano de fundo, que os candidatos para já conhecidos vão debater.
As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas, segundo a lei, ocorrem entre setembro e outubro.
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