Festejos do Sporting: Medina diz que responsabilidade era do MAI e da PSP
Fernando Medina sublinhou que a Câmara Municipal de Lisboa não tem competências para proibir ou autorizar manifestações. O autarca deixou críticas à PSP e defendeu que a responsabilidade da ordem pública é do Governo e da polícia.
© Álvaro Isidoro/ Global Imagens
Política Fernando Medina
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, voltou a comentar, ontem à noite, os polémicos festejos do título do Sporting, que juntaram milhares de pessoas junto às imediações do Estádio de Alvalade e, depois, no Marquês de Pombal, em plena crise sanitária.
No seu espaço de comentário semanal na TVI24, o autarca começou por sublinhar que a Câmara não tem competências para autorizar ou proibir qualquer manifestação ou reunião.
"As reuniões são livres e não carecem de autorização. Isto está no texto da Constituição. Nem com o Estado de Emergência alguma vez ficou suspenso o direito de reunião, que é livre e não carece de autorização. (...) Pode é ser impedido quando coloca em causa a tranquilidade e a ordem pública. Mas quem o pode fazer? O Ministério da Administração Interna (MAI) e a PSP", defendeu.
E acrescentou: "Assumo todas as responsabilidades que a Câmara tem mas não assumo as que não tenho".
Sobre o e-mail da PSP, enviado ao município, que ficou perdido, a reprovar o evento dos adeptos leoninos e a colocação por parte da claque do Sporting de um ecrã no exterior do estádio para a transmissão do jogo, Fernando Medina admitiu que o "lapso que aconteceu", mas apontou:
“A Câmara e a polícia não comunicam por emails a meio da noite, sem confirmaram que [os e-mails] chegaram sobre informações urgentes. Não é assim que as instituições comunicam e trabalham. A Câmara e polícia não funcionam por e-mail, principalmente quando há equipas a trabalhar em permanência no evento".
Para Fernando Medina, o que deveria ter acontecido era o e-mail em causa ter sido reencaminhado para o promotor da manifestação, neste caso o Sporting, que depois devia entrar em contacto com a PSP.
Ainda assim, o comentador acredita que mesmo que esta comunicação tivesse sido realizada da maneira 'correta' o desfecho dos festejos tinha sido o mesmo.
Fernando Medina esclareceu também que desde o início "a grande preocupação foi o Marquês de Pombal", porque "é, normalmente, o sítio onde afluem os adeptos quando as equipas ganham o campeonato".
Ainda sobre esta matéria, o socialista admitiu que a Câmara deu 'luz verde' para a circulação do autocarro panorâmico com jogadores, equipa técnica e staff do Sporting na capital até ao Marquês de Pombal. "Defendemos essa solução. Aí não foi uma manifestação, tratou-se de um evento organizado pelo Sporting, que pediu opinião e, sim senhor, nós concordámos (...) As outras soluções eram piores", atirou.
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