Paulo Portas revelou, este domingo, no seu espaço de comentário habitual no Jornal da Noite da TVI, que a sua opinião em relação a José Sócrates não mudou com a decisão instrutória ao processo Operação Marquês.
"Esta decisão instrutória não muda a minha opinião política sobre José Sócrates, quanto muito aumenta as nossas perplexidades na forma como cada um encara o nosso sistema judicial", começou por salientar o comentador, acrescentando que considera que o antigo socialista foi "um primeiro-ministro que irresponsavelmente nos conduziu à insolvência".
"Chamou a troika, negociou com a troika aquele memorando, colocou-nos sem acesso a financiamento e, a meu ver, numa Nação com quase nove séculos, numa situação de protetorado provisório", recordou o antigo ministro da Defesa, recuando até 2011, ano em que Portugal foi obrigado a pedir um resgate externo.
Já sobre a fase em que o processo se encontra, Paulo Portas relembrou que a 'procissão ainda vai no adro'.
"Faz sentido uma instrução demorara dois anos? Faz sentido o Tribunal Central de Instrução Criminal ter apenas dois juízes? Faz sentido termos certeza de que se por acaso o algoritmo ou sorteio fosse a oposta, a decisão seria a oposta? Ainda vamos no adro porque há, com certeza, outros momentos [a avaliar]", realçou.
Antes de terminar a análise ao tema da Operação Marquês, o antigo líder do CDS-PP criticou ainda a 'celebração' de José Sócrates à saída do tribunal, após saber que ia apenas responder por seis dos 31 crimes de que estava acusado.
"Celebrar em tom de vitória uma decisão instrutória que, em todo o caso, pronuncia um ex-primeiro-ministro por crimes de branqueamento de capitais, que estão associados a outros de corrupção que, entretanto, prescrevem... Não vejo que uma pessoa se possa considerar muito vitoriosa nessas circunstâncias", concluiu o também antigo vice primeiro-ministro.
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