Moção crítica da direção do BE contra redução de delegados à Convenção
Os subscritores da moção E, crítica da direção do BE, manifestaram-se hoje "frontalmente contra" a redução para metade dos delegados à convenção proposta pela Comissão Política por causa da pandemia, considerando ser um "tiro na democracia bloquista".
© Facebook/Bloco Esquerda Viana Castelo
Política Bloco de Esquerda
Em conferência de imprensa em formato virtual, subscritores desta moção explicaram os motivos que os levam a opor-se a esta proposta de alteração ao regulamento, que será debatida e votada na Mesa Nacional do BE de sábado, que tem na agenda, entre outros pontos, a preparação da XII Convenção Nacional, agendada para 22 e 23 de maio.
Segundo Bruno Candeias, "a Comissão Política propõe reduzir para metade o número de delegados" à reunião magna bloquista devido à pandemia, um argumento que estes críticos da direção não aceitam.
Na perspetiva do bloquista, para resolver os problemas inerentes ao contexto pandémico a solução passa por assegurar todas as regras de proteção sanitária, com o distanciamento devido, ou optar por um espaço maior do que aquele que está neste momento previsto.
Bruno Candeias deu o exemplo do congresso do PCP realizado em contexto de pandemia, referindo ainda que o pavilhão de Matosinhos, onde deverá acontecer este encontro, tem capacidade para quase quatro mil pessoas, o que possibilitaria o "distanciamento de cerca de 600 delegados facilmente assegurado".
"Este é um tiro na democracia bloquista, um golpe contra as bases do partido", criticou, considerando que com esta redução para metade do número de delegados é limitada a construção de alternativas.
Na perspetiva do bloquista, "não se podem alterar as regras durante o jogo", uma vez que as moções à convenção já estão entregues, defendendo que "o Bloco precisa de uma convenção forte para um debate forte".
Entretanto, à agência Lusa, fonte da moção A, da atual liderança de Catarina Martins, referiu que "a redução do número de delegados presentes permite adaptar a Convenção ao contexto de pandemia".
"É uma alteração que não cria qualquer distorção na representação, uma vez que reduz proporcionalmente os delegados em função dos votos que cada moção venha a ter, salvaguardando o princípio do voto secreto, que o Bloco adotou desde a sua fundação", assegura a mesma fonte da moção da atual liderança bloquista.
Segundo os críticos, "a redução do número de delegados para cerca de 300 levaria a que algumas regiões se transformassem numa espécie de círculos uninominais e que algumas moções e plataformas locais quase desaparecessem".
"A moção E é candidata a esta convenção e não estamos representados na Mesa Nacional. Temos uma moção subscrita por mais de 500 aderentes e assumimo-nos frontalmente contra qualquer alteração ao regulamento da convenção", reiterou.
Os críticos mostram-se, por isso, disponíveis para discutir soluções que passem pela escolha de um espaço mais amplo ou até um novo modelo com recurso a instrumentos virtuais, considerando que, apesar da pandemia, "a democracia não pode estar suspensa".
O texto desta moção promovida pelo movimento Convergência, apresentada em 25 de fevereiro, crítica a atual à direção de Catarina Martins pelo "excessivo parlamentarismo" e "desvalorização" do trabalho local e autárquico, defendendo a necessidade de reforçar o papel de oposição do partido.
A moção à XII Convenção Nacional do BE intitulada "Enfrentar o Empobrecimento -- Polarizar à Esquerda" tem entre os mais de 500 subscritores nomes como Mário Tomé ou os antigos deputados Pedro Soares e Carlos Matias.
Na apresentação do documento foram deixadas críticas à atual direção, cuja liderança também já apresentou os tópicos para a moção que vai levar à próxima reunião magna dos bloquistas, agendada para 22 e 23 de maio.
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