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O dia de campanha em que se discutiu fecho de escolas e apoios sociais

Portugal atingiu hoje o recorde de mortes por covid-19 e a pandemia domina a campanha presidencial no dia em que o eventual fecho das escolas e os apoios ao emprego voltaram a entrar na agenda.

O dia de campanha em que se discutiu fecho de escolas e apoios sociais
Notícias ao Minuto

19:07 - 19/01/21 por Lusa

Política Presidenciais

Logo pela manhã deste décimo dia de campanha, horas depois de o Governo ter apertado, na segunda-feira, as regras do confinamento geral, a socialista Ana Gomes foi a primeira a afirmar que poderá ser indispensável encerrar as escolas por os hospitais estarem "no limite" e admitiu suspender a campanha, mas só em caso de "total calamidade" por determinação do Governo.

Em Almada (Setúbal), a ex-eurodeputada elogiou António Costa, primeiro-ministro, no combate à pandemia e criticou António Costa, líder do PS, pela falta de comparência do partido nas eleições de 24 de janeiro.

Se a candidata apoiada pelo PAN e Livre considera que o chefe do Governo "tem estado a fazer tudo o que é preciso fazer para fazer face à pandemia", o mesmo já não acontece à forma como o secretário-geral socialista, e o Presidente e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, têm desvalorizado as presidenciais de domingo, pela "não comparência da direção do PS".

Quase à mesma hora, em Setúbal, a uns quilómetros de Almada, a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, insistiu nas críticas ao Governo por "insistir no mesmo erro" de não requisitar todos os meios para o SNS nem de acompanhar as novas medidas de confinamento dos apoios necessários.

Outro dos erros do Governo, disse, foi que, "quando o país esperava, mais uma vez que, junto com as medidas e com as restrições viessem apoios", isso não aconteceu, e pediu apoios "para segurar o emprego" neste momento de crise.

Menos de um dia depois de o Governo ter decidido manter abertas as escolas, apesar do confinamento geral, Marcelo, Presidente e recandidato, contrariou a ideia e colocou o assunto na agenda.

Apesar de ter assinado o decreto sobre o "aperto" das medidas do confinamento, Rebelo de Sousa anunciou que a abertura - ou fecho - das escolas, vai ser ponderada na próxima semana, numa reunião com especialistas e audiências aos partidos na terça-feira.

Confrontado com o aumento de infeções e mortes de doentes com covid-19, disse que "a noção de que o agravamento ultrapassa determinado patamar obrigará naturalmente a repensar a atuação e as restrições existentes", num momento em que a "perceção política" ganha importância, apesar de extirem argumentos a favor de manter escolas aberta.

Da véspera já vinham as críticas do candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves às medidas, que criticou o Governo que "só sabe gerir o momento" e "fá-lo mal".

Nos temas que correram à margem da pandemia, o comunista João Ferreira, apoiado pelo PCP e Verdes, começou o dia em Portalegre, Alentejo, a defender que o declínio do interior não é "uma realidade inevitável", e que um Chefe do Estado tem de inverter essa tendência.

E sobre a o voto antecipado de domingo, em que se formaram longas filas em várias cidades do país, o eurodeputado afirmou, em Évora, que a votação de idosos em lares e doentes pessoas em confinamento talvez tenha sido "insuficientemente divulgada", tendo em conta a baixa adesão registada.

Se André Ventura, o líder e candidato do Chega, esteve debaixo de críticas pelo jantar-comício de domingo, em Braga, com 170 pessoas, num restaurante, na segunda-feira inaugurou os comícios "drive-in", no Porto.

Ventura dramatizou ainda mais o discurso e tentou recrutar um "exército popular português" para "mudar Portugal", por entre "salvas de apitos", com as buzinas dos perto de 150 carros à frente do camião-palco, estacionado na praia do Aterro, junto à ameaçada refinaria de Matosinhos.

E já hoje, num comício para cerca de 80 pessoas em Aveiro, Ventura pediu um "cartão vermelho" dos eleitores de direita a Marcelo Rebelo de Sousa.

Quem tem respeitado o confinamento por estes dias é Vitorino Silva, que hoje, mais uma vez, organizou um fórum digital sobre mar e pescas, lembrou que "o mar também precisa de mimo" e apelou a uma estratégia nacional, numa conversa que chegou a 'desaguar' na falta formação dos políticos.

Tino de Rans, presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, disse que tem "muito respeito por quem cava o mar" e que "não é por acaso que Cristo era pescador", lamentando que Portugal esteja "de costas viradas para o mar".

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