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Kalidás Barreto: Ferro lembra "referência" da luta por causas e direitos

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, manifestou hoje "enorme tristeza" pela morte do sindicalista e antigo deputado constituinte Kalidás Barreto, aos 88 anos.

Kalidás Barreto: Ferro lembra "referência" da luta por causas e direitos
Notícias ao Minuto

17:39 - 30/10/20 por Lusa

Política Kalidás Barreto

"Antifascista, pensador, sindicalista e deputado à Assembleia Constituinte, tinha por ele, desde os anos setenta do século passado, uma grande admiração e amizade", refere a segunda figura do Estado, numa mensagem de pesar.

Eduardo Ferro Rodrigues recorda Luís Maria Kalidás da Costa Barreto como "uma indiscutível referência da luta pelas causas e os direitos dos trabalhadores".

"Participou em iniciativas de oposição à ditadura de António de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano, designadamente como membro da comissão de apoio à candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958, e como organizador da Oposição Democrática em Castanheira de Pera, nas eleições de 1969, onde, entretanto, se havia radicado", refere ainda o presidente da Assembleia da República.

Na mensagem, Ferro Rodrigues recorda que, após ter participado ativamente na criação da Intersindical Nacional, mais tarde Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), em 1970, Kalidás Barreto "liderou o Sindicato dos Têxteis do Centro, foi dirigente nacional da CGTP e conselheiro técnico de missões portuguesas à Organização Internacional do Trabalho (OIT)".

Em 1975, nas primeiras eleições livres a seguir ao 25 de Abril, foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte, nas listas do Partido Socialista, acrescenta a nota, que recorda que, em 2004, no âmbito das comemorações do 30.º aniversário do 25 de Abril, Kálidas Barreto foi agraciado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

"No momento do seu desaparecimento, endereço à sua família e amigos, em meu nome e em nome da Assembleia da República, as mais sentidas condolências", refere Ferro Rodrigues.

O sindicalista morreu hoje na Castanheira de Pera (Leiria), após doença prolongada que o afastou da vida pública nos últimos anos, disseram familiares à agência Lusa.

Filho do intelectual republicano de origem goesa Adeodato Barreto, Kalidás Barreto nasceu em Montemor-o-Novo, em 16 de outubro de 1932, distrito de Évora, mas muito jovem radicou-se com a família na Castanheira de Pera, onde trabalhou como contabilista em diversas fábricas têxteis.

Depois de ter sido eleito deputado constituinte nas listas do PS, Kálidas Barreto desvinculou-se deste partido e participou, em 1978, na fundação da União da Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS), vindo mais tarde a reaproximar-se do PS.

Colaborou na imprensa regional, sobretudo em jornais da Castanheira de Pera e dos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Lousã, foi provedor do associado do Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres (INATEL) e tem vários livros publicados.

Promotor cultural na Castanheira de Pera, defensor do intermunicipalismo, foi homenageado em 2019 no sítio comunitário do Santo António da Neve, no âmbito do Encontro dos Povos da Serra da Lousã, do qual foi um dos fundadores, em 1997, por proposta do jornal Trevim, da Lousã, no qual colaborou longos anos.

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