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Ferreira Leite: "Pelos vistos, o PS é um partido radical de Esquerda"

Debate do Orçamento do Estado para 2021 foi o tema principal do comentário da ex-líder do PSD na TVI24.

Ferreira Leite: "Pelos vistos, o PS é um partido radical de Esquerda"
Notícias ao Minuto

23:41 - 29/10/20 por Notícias Ao Minuto

Política Manuela Ferreira Leite

Quinta-feira é dia de comentário de Manuela Ferreira Leite na TVI24 e, hoje, o debate do Orçamento do Estado para 2021 foi 'prato forte' da intervenção. A ex-líder do PSD disse não ter ficado surpreendida com o resultado - a aprovação na generalidade no Parlamento -, mas sim com a forma como decorreu a discussão. "Não me recordo de alguma vez ter visto uma discussão entre partidos" com tal "agressividade", disse.

"A posição do Partido Socialista nesse debate, muito especialmente pela voz da líder parlamentar [Ana Catarina Mendes], foi alguma coisa de bastante inusitado", considerou, justificando: "Não se limitou a defender o Orçamento", mas "teve partes em que denunciava conversas e acordos que previamente tinham sido chegados com o BE, entre quatro paredes" e "teve afirmações como 'Olhe para a sua fotografia ao lado da Direita'". 

E esta frase foi das que mais "impressionou" a comentadora. "Em palavras normais aquilo quer dizer 'vocês são uns vira-casacas'. O que não me parece... Cada um tem as suas ideias". 

Aquela "ruptura de Direita/Esquerda", prosseguiu, "uma linha vermelha que ela traçou entre a Direita e a Esquerda, quando eles [o BE] têm estado sempre ligados ao Partido Socialista, significa que o PS, neste momento, se posicionou como Esquerda radical". "Pelos vistos, o PS é um partido radical de Esquerda".

Ferreira Leite considerou ainda que se trata de uma "zanga" entre os partidos, porque é "uma zanga pública, é uma zanga no Parlamento, é uma zanga que não foi de ideias, foi de processos, de maneira de estar", opinou, considerando que "não foi um confronto normal em Democracia".

Questionada sobre se a "zanga" estaria relacionada com o conteúdo Orçamento do Estado, a social-democrata disse: "Não vi esse aspeto". "Aquilo que vi foi 'Vocês não votam connosco vão votar com a Direita'. Era o grande tema. 'Olhem lá para a fotografia em que vocês vão ficar'. Não foi por concordar ou discordar das ideias"

Se houvesse "pazes", advogou, "então diria que estaríamos perante um teatro e ainda descredibilizava mais aquela união entre os dois partidos". Posto isto, a antiga ministra considerou que "o PS se meteu num grande sarilho": "Cortou com o PSD quando disse que não queria negociar o Orçamento [...] Corta de forma radical e pública com o Bloco de Esquerda. Está, verdadeiramente, a construir uma crise política que provavelmente deseja para não enfrentar a crise económica que aí vem", concluiu.

Recorde-se que, sem surpresas de última hora, a Assembleia da República aprovou esta quarta-feira, na generalidade, a proposta do Governo de Orçamento de Estado para 2021 apenas com os votos favoráveis da bancada parlamentar do PS.

Como previsto, o Orçamento foi viabilizado à justa, contando com abstenções do PCP, PAN e PEV, bem como das deputadas não inscritas Cristina Rodrigues (ex-PAN) e Joacine Katar Moreira (ex-Livre), como já tinham revelado. O PSD, BE, CDS e os deputados únicos do Chega, André Ventura, e da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, votaram contra. 

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